LIVRE
Fechem as portas
Tranquem as janelas
Pelas ruas da cidade
Anda solta
Uma besta fera
Dona Joana nem ligou
Deixou a porta fechada
A janela aberta
De repente viu na sala
Uma besta
Com olhos vermelhos arregalados
Dentes afiados
Cuspindo fogo
Com uma voz rouca
A besta disse
Está aí
A delícia do meu prato
Hoje não passo fome
Com essa loucura
Já estou farto
Dona Joana logo pensou
Cruz credo
Ave Maria
Meu Deus me livre desta fera
Que cospe e rosna
Não quero este fim
Para meu último dia
Uma luz incandescente
Iluminou a sala
A fera pulou a janela
Saiu na disparada.