CÚMPLICES
Às vezes quando defendemos um culpado é pelo fato de termos a mesma culpa ou uma culpa similar, da mesma natureza. Ao defendê-lo, estamos nos autodefendendo, transferindo para o outro a nossa própria culpa e justificando a sua falha acreditamos estar justificando a nossa própria. Ledo engano ou malícia, a verdade é que justificando o malfeito do outro estamos perpetrando um duplo delito, pois estamos incentivando o erro do outro, fomentando-o, além de ocultar o nosso próprio erro, buscando eximirmo-nos dele. Mas apenas postergamos a reparação. Ainda teremos que conviver com o nosso próprio erro, pois não o debelamos e conviver com o fantasma do outro, no aspecto da simpatia com os seus delitos, na cumplicidade com os mesmos.