Uns com os outros
Podemos chegar ao ponto de perder a contagem de quantas pessoas entraram e saíram de nossas vidas, sendo algumas dessas partidas traumáticas, levando com elas um pouco de nós, de quem somos e do que sonhamos. Em tantos momentos nos decepcionamos, sentimo-nos como bobos que se doaram tanto por nada, cogitamos a ideia de nos fecharmos para o mundo, para as novas relações, para as muitas outras experiências que poderíamos viver. Mas a frustração é responsabilidade nossa. Somos nós que depositamos expectativas além da conta, somos nós que idealizamos um futuro que nem nós mesmos temos recursos o bastante para concretizarmos, somos nós que erramos ao acreditar que o outro deveria nos fazer felizes ao passo que ele deveria ser feliz conosco. A vida é isso, feita de responsabilidades.
E, talvez, quando assumirmos a total responsabilidade que temos pelo que vamos viver, possamos entender que sonhos são individuais, que expectativas são particulares, que projetos são pessoais e que, ao aceitarmos dividir a vida com alguém, os sonhos, as expectativas e os projetos precisam deixar o individual para abarcar o coletivo, a dupla de pessoas que se propuseram a construir uma vida. Nosso erro é considerar nossos interesses maiores ou melhores que o do outro, enquanto que deveríamos dar a mesma importância e atenção aos desejos de cada um.
É mais fácil, mais cômodo, escolhermos pelo caminho que delega aos outros a maior parcela pelas nossas mágoas, porém esse é um comportamento infantil, imaturo, e como podemos querer experiências saudáveis e enriquecedoras agindo levianamente? Todos somos responsáveis pelas consequências de nossas escolhas. Precisamos aceitar que estamos nesse mundo para que vivamos a aprendamos em união, em conjunto e que ninguém é melhor ou pior do que ninguém para que uns caminhem e outros abram o caminho. Devemos todos lutar pela história que queremos viver uns com os outros.
(Texto de @Amilton.Jnior)