Pedaços
que de mim se soltam,
remendo.
Quem sabe seja manha,
quem sabe seja dengo?
Roer as unhas
é melhor que roer a alma,
que em breve amansa,
que em breve se acalma.
Alma sem trato é trapo,
cantador sem viola,
criador sem criatura.
Asa-Branca só é vista
quando voa na felicidade de ser.
E tem horas que só quero ficar...
Mas ela sempre vem,
como disse Gonzagão,
volta ao ronco do trovão.
Volta num impulso de alegria,
volta num ímpeto de paixão,
a sonhar rasante pelo sertão.
Então eu me remendo,
feito artista sem chão,
num choroso remendo de emoção.
Taciana Valença
Arte: André Soares Monteiro
https://ensaiandopoesias.blogspot.com/
que de mim se soltam,
remendo.
Quem sabe seja manha,
quem sabe seja dengo?
Roer as unhas
é melhor que roer a alma,
que em breve amansa,
que em breve se acalma.
Alma sem trato é trapo,
cantador sem viola,
criador sem criatura.
Asa-Branca só é vista
quando voa na felicidade de ser.
E tem horas que só quero ficar...
Mas ela sempre vem,
como disse Gonzagão,
volta ao ronco do trovão.
Volta num impulso de alegria,
volta num ímpeto de paixão,
a sonhar rasante pelo sertão.
Então eu me remendo,
feito artista sem chão,
num choroso remendo de emoção.
Taciana Valença
Arte: André Soares Monteiro
https://ensaiandopoesias.blogspot.com/