Primeiros dias

O obsessivo se resignou a observar

Muros, concertinas e o fulgido sol das 04:00 horas

horas antes anestesiado, no momento aturdido

Ela morando em mim. Meu eu junto a um sobrado

Sempre dizendo sim. Fragmentos de um pensamento alado

Duvidas não restam, que o que é de ser, há

Há mesmo um ser que resta?

Quando a culpa contrai o pecado e o pecado mora ao lado

Moramos eu, minha dor e o pecado, apertados naquele sobrado

E ela com espaço dobrado, ri-se desse negocio fechado

Ah quisera eu ter pensado!

Sobre os ombros agora não estaria este fardo

Escolhas de uma mente sofrida e que sofre

Observa a si como vil e os de fora nobres

nutre-se do que é vão, o perene lhe parece pobre

Não serei eu este legado

O locador terá seu espaço, recobrado e reabitado

Não por um pensamento, mas um espírito alado

E em mais nenhum lugar se sentirá inadequado

Porque a solidão e de quem por Ele não se sente acompanhado!

PIERRUT
Enviado por PIERRUT em 21/08/2020
Reeditado em 09/11/2020
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