Estranha.

Ela é estranha. É diferente de tudo o que eu já vi. Ela não se encaixa nos padrões que eu escolhi, mas olha lá. Como pode? Ela está feliz? Inacreditável como o sorriso dela me faz querer sorrir. Talvez ela seja uma bruxa. Ou uma feiticeira. Ou apenas livre.

Sua voz é a mais bela canção que já ouvi e naqueles olhos vejo a imensidão de um universo. Com ela conheço lugares incríveis olhando da minha janela. Ela é estranha, bruta, delicada, forte para vencer cada obstáculo, mas chora por não ser amada. Talvez eu deva ligar para ela. Dizer que com ela meu mundo ganha vida e que seu corpo em minhas mãos vira poesia... Não. Não quero machuca-la.

Ela é estranha. É bipolar. Uma hora me faz rir e na outra me faz chorar. Mas e se eu disser a ela que minha felicidade está em suas mãos e que meu lugar é onde ela está... Esquece, ela é estranha. Uma vez disse que me amava. Queria ter dito o mesmo a ela, mas tenho medo. Como disse antes, nunca vi igual. Certeza que se me entregar será letal.

Queria dizer que ela é minha. Mostrar a todos que conquistei a jóia mais rara deste mundo, mas os outros não a conhecem como eu conheço... O que dirão? Pensarão que estou louco.

Com toda a certeza ela é incrível, mas não direi a ela por vergonha de não saber o que me espera.

O mais estranho é que ela me faz mostrar meu melhor lado. Com ela sinto que posso tudo.

Pensando bem, talvez a estranha não seja ela.

Letícia Linares
Enviado por Letícia Linares em 21/08/2020
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