Os enganos do Socialismo
Os socialistas vêm persistindo em erros que têm custado caro para que seus partidos mantenham a simpatia junto aos eleitores.
O primeiro é a insistência de manter o clichê da “luta de classes” empregado-patrão.
Os trabalhadores não estão ideologicamente comprometidos com essa pretensa luta. Embora eles não tenham plena consciência de que empregado e patrão são aliados no sistema capitalista, eles também não têm a “consciência de classe” pretendida pelos ideólogos do Socialismo.
Os “proletários” não têm empatia por sua classe, exceto a família ou pequenos grupos de sua convivência. Eles se focam nas classes de melhor remuneração porque é onde sonham chegar. Quem quer progredir em qualquer atividade tem que se concentrar no seu objetivo e não no estágio atual.
O tal do “proletários, uni-vos!” é conversa mole para boi dormir ou cantiga de ninar gente grande.
Nem os milhões de processos trabalhistas em curso no Brasil podem ser vistos como “luta de classes” no sentido proposto por Karl Marx. Eles são resultado de nosso tradicional oportunismo, facilitado por uma legislação pré-histórica, juízes coniventes e incentivados por sindicatos e advogados também oportunistas.
O segundo erro é a desgastada dicotomia “povo” e “elite”.
A esquerda ignora que a definição de POVO está na Constituição, o termo expressa o conjunto de cidadãos do país, e insiste na classificação de “povo” como o conjunto das pessoas que não têm suas necessidades básicas atendidas. Nesse sentido, elas nem podem ser consideradas cidadãos.
Porém, as pessoas de modo geral não gostam de ser tratadas como inferiores e almejam um dia fazer parte da “elite”. Assim, a medida que sentem que estão deixando de ser “povo” e se aproximando da “elite”, mesmo que elas tenham sido beneficiadas por políticas de governos de Esquerda, percebem que essa divisão da Sociedade não faz sentido.
Esse comportamento não tem nada de ingratidão e não se justifica dizer que essas pessoas são “pobres de direita”. Isso faz parte de uma das mais elementares característica do ser humano, que é o desejo de melhorar suas condições materiais, o que desde Karl Marx é ignorado pelos socialistas.
Os “pobres” querem ter plano de saúde e que seus filhos estudem em escola privada, porque nos dois casos serão melhor atendidos nas suas necessidades.
O fato dos representantes do “povo” invariavelmente pertencerem à elite também não escapa aos olhos mais atentos, principalmente por eles chegarem nessa condição subindo nas costas dos que eles dizem defender.
O terceiro erro é a apologia do Estado como grande benfeitor da população.
Quem não vive escorado no Estado, como os políticos, funcionários públicos, beneficiários de subvenções, bolsas e os empresários “amigos do rei”, vê o Estado como seu maior inimigo. Aqui se justifica dizer que se não há uma luta de classes entre trabalhadores privados e a “burguesia Estatal”, no mínimo existe uma antipatia acentuada dos primeiros para com a segunda classe.
Portanto, exceto no regime comunista onde toda a população forçosamente depende do Estado, pretender que ele seja aceito como a mãe e o pai de todos, só vai acentuar a antipatia da parcela da população que acredita no esforço pessoal como única forma de progresso.
Por esses e outros erros que os socialistas teimam ou fingem não ver, é que eles incapazes de fazerem autocrítica, atribuem seus fracassos às “elites”, à “burguesia”, aos “fascistas”, aos “neoliberais”, aos “neopentecostais”, etc., e torcem para que sempre exista um “povo” que dependa deles.