INTEMPÉRIES EMOCIONAIS
A introspecção mais profunda, como uma regra geral, costuma se tornar mais intensa, dos cinquenta anos em diante, quando a racionalidade acelera as conjecturas, as quais transcendem a própria razão, sem saber exatamente o que procura, e porque o faz. Esse cenário fomenta as intempéries emocionais, que produzem a ansiedade, e que podem evoluir para a angústia, ou ainda seguir adiante, podendo se transformar em tempestades no inconsciente, na busca pela consciência de uma realidade indefinida, que não consegue alcançar.
As fantasias concluíram o seu percurso até a fase média da idade adulta, e agora cresce o desejo por uma realidade que se torna imprecisa, abstrata, obnubilada, e envolta por uma névoa, (o véu de Moisés), que não permite a visão, ofuscada pela sua face iluminada. Então, como e onde encontrar o que procuro, pois não sei o que procuro, logo não posso saber o lugar onde está o que não sei...
Nesta altura, ocorre a materialização do prato preferido dos discípulos de Protágoras de Abdera, os exímios sofistas, os prestidigitadores das palavras, com as suas indumentárias multicoloridas, eles alargam os filactérios e aumentam as franjas dos seus mantos, gostam do primeiro lugar nos banquetes e das saudações nas praças, travestidos de mestres, os escribas apoiados pelos fariseus.
As vítimas das instabilidades emocionais, tornam-se presas fáceis para a voracidade dos escribas, que devoram a casa das viúvas, fazendo para disfarçar, longas orações; por isso receberão uma condenação muito maior. (Mateus 23:14)
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito, e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós”. (Mateus 23:15)