Celebração, vida e felicidade
A cultura ocidental cristã acostumou-se com a ideia de ver no martírio de Cristo a redenção para os próprios pecados e o caminho para a conquista da própria felicidade.
Imagens do calvário de Jesus no gólgota propagadas por séculos pela Igreja, a figura da cruz e do sofrimento de Cristo chegaram por anos e anos até nós e nossos antepassados, reproduzindo o ideal de purificação por meio da penúria, da pobreza e do sofrimento.
Ainda nos identificamos e somos movidos pelo ideal de "redenção", "progresso" ou "evolução espiritual" por meio da renúncia e da aceitação dos reveses da vida, como se estes fossem meios naturais de crescimento individual, quando na verdade, ainda que estes façam parte de nossas vidas, não são necessariamente indispensáveis ao nosso aprendizado.
Aprendemos sim com a dor, mas podemos também aprender com a alegria, com o sorriso e com a celebração diária de cada momento da existência.
Façamos de nossa vida um caminho de leveza e serenidade para com tudo que nos ocorre, e nem um dia sequer teremos que renunciar ou suportar qualquer acontecimento de nossas vidas, pois a vida inteira, a existência em si, será uma celebração.
"Se crescemos com os golpes duros da vida, podemos também crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina