Nascimento Ou Morte?
Hoje faz um ano da minha quase morte eu vi o diabo encarnado, em pessoa tentando me ceifar! Meus gritos de socorro ecoavam no vazio e quem teria que me proteger fomentava: socos e pontas-pé deferidos por um ser tomado de ódio por uma fagulha que não coloquei. Aquele galho seco foi o estopim de um incêndio de proporção devastadora e a floresta que abrigava todos, recolheu...
Ainda choro a dor de um presente frustrante: o Chopp, banhado na água da ira, congelou meu coração. Hoje não tenho mais alegria e tento fingir o ódio em amor por quem deflagrou as agressões, sem respeito, sem dó... eu, como sempre, mesmo tentando apaziguar, fui/sou errado.
Que dia fatídico, um dia para esquecer. Mas como esquecer se tenho medo de ter outra investida? Em um ano sinto que minha vida acabou!
Tudo que quero é paz, viver sem medo, sem erros, em meu canto, no meu mundo. Será que é difícil?
Dedos me apontam, palavras me condenam, porém na minha mente ainda estão vivas as cenas! O socorro não veio, o perdão também não. Estou seco, oco, insensível, revoltado (talvez), lúcido e tenaz. Quem entende a minha dor se não sabe o fardo que carrego?
E o ódio cego me envolve com um pesar sem fim. Peço a Deus que me cure, mas não o deixo tratar da dor.
Enfim, eu não sei se morri ou se nasci de novo, mas sei que esse dia, que era meu aniversário foi riscado da minha vida para sempre! Amanhã é um novo dia.… espero!
Carlos Atelson