Nossa Responsabilidade
Talvez o grande desafio dos homens seja o de reconhecer a sua história, reconhecer o seu papel, identificar seus próprios e pessoais desejos, seus intrínsecos pensamentos, com a noção de que o seu caminho é só seu e de mais ninguém. Digo isso porque muitos jogam a responsabilidade pelas suas próprias frustrações nas costas de outra pessoa, culpam pelas suas decepções aqueles que, inegavelmente, são inocentes, não entendem que nossas expectativas cabem a nós mesmos atendermos. É injusto e cruel formar imagens sobre alguém, traçar o futuro de alguém, escrever por alguém a sua história. É egoísta pensar que os outros devem concretizar sonhos que nem ao menos sonharam.
Nesse equívoco de esperar tanto das pessoas, de procurar enxergar a si mesmo em rostos alheios, aquele que tais ações pratica fada-se ao insucesso, à infelicidade de uma vida desperdiçada, não percebe que cada um de nós possui a sua própria estrada – apesar do destino ser o mesmo, apesar de todos desejarmos por um só objetivo, a felicidade de uma vida acertadamente vivida, o caminho até ela é diferente para cada um de nós e só a alcançaremos de fato se pisarmos nas pedras que foram feitas para nós, se atravessarmos por ruas que já esperavam por nós, se navegarmos pelo mar que a nós foi criado. Não adianta querer mudar a rota, nem a nossa nem a dos outros, cada um tem o seu singular roteiro no espetáculo da vida.
Pense bem antes de olhar para o seu filho e enxergá-lo no futuro, reflita bastante antes de olhar para a sua namorada e depositar nela o que você espera do amor, evite olhar para as pessoas colocando nelas anseios, valores, finalidades que pertencem somente a você. Podemos ser grandemente felizes e inspirados ao assistirmos cada um subindo no próprio monte, alcançando o topo e fincando nele a sua bandeira. Saiba apreciar os universos que estão ao seu redor e nunca ignore a maior de todas as verdades: somos os únicos responsáveis pela vida que temos e pela vida que queremos.
(Texto de @Amilton.Jnior)