Farol

Por muito tempo ela foi só uma lamparina incandescente.

Daquelas que passa anos iluminando apenas o que tinha em baixo do queixo.

Nas noites frias,

Sua pequenez a lembrava de que mal caberia numa caixinha de fósforo.

Escondida, contida, pelo medo, pela ausência e pela falta de saber.

Saber ser!

Esse ser que não veio ao mundo de maneira vã.

Cresceu, sofreu e sobreviveu

Até tocar sua real significância e clareza.

Então foi aí que entendeu

Que a vida lhe fez farol

Não daqueles que ilumina uma Cidade inteira,

Mas aquele lá, parado na ponta de uma costa qualquer.

Solitária, mas sempre iluminando.

Hoje não mais brilha pra si mesma

Mas ilumina sempre aqueles que por alí estão de passagem,

Porque afinal, todo mundo é passageiro.

Na certeza de que nem sempre estes passageiros estarão por alí,

Mas enquanto passou foi luz para alguma travessia.

-Tinna Mara de Camargo

2020.04.25

Tinna Mara de Camargo
Enviado por Tinna Mara de Camargo em 17/08/2020
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