Monarquia já?
Há cerca de quatro anos eu era um jovem monarquista, "convicto" e entusiasmado com a possibilidade de, dentro em breve, contemplar, entre lágrimas, a consolidação da restauração do trono dos Bragança no Brasil. Conforme apregoa a filosofia da ordem natural das coisas, ser jovem é, necessariamente, não ser sábio, porque a sabedoria, entendida como uma profunda compreensão da verdade das coisas, só pode crescer e ganhar densidade no indivíduo em função do tempo de vivência e acúmulo de experiências na realidade. O que pode existir no espírito do jovem é, sim, um amor pela sabedoria, um desejo puro de tornar-se sábio. E, claro, isso basta para o início dos empreendimentos intelectivos para entender as coisas. Na vida intelectual, o amor à verdade impele o indivíduo a agir com responsabilidade, a buscar sempre e em todas as situações, agir com equilíbrio, porque, sem isso, o sujeito embota as coisas, estraga aquilo que ama. É como o hábil artesão que nutre amor pelo seu trabalho e, exatamente por isso, lustra e acomoda as frágeis peças de cristal com extremo cuidado, temendo quebrá-las. Tendo esta compreensão, decidi abandonar a ação prática da política, a militância monarquista, as ações para arrebanhar adeptos da restauração monárquica para simplesmente dedicar-me aos estudos desta questão. Foi uma decisão acertada, sem penumbra de dúvida.