Estranha
Sou assim, de conversas desconexas, sou um acaso.
Para o meu juízo, não existe cura. Acho que amei,
exagerado, talvez não devesse... O silêncio paliativo,
vai matando aos poucos, corro em busca do que é certo,
enquanto infinito...
Reparando o azul acinzentado
do céu, contando nuvens, enquanto o céu vai se perdendo,
na noite... Não quero ninguém por perto,
fico sozinha.
Gosto de caminhar incerto e quando me perco, volto,
tento encontrar os meus rastros até chegar ao meu abrigo
provisório que seja, pois nada é meu, tudo é passageiro.
Volto falando com as flores silvestre
que desenhei,
no eterno inverno da ilusão, onde o sol inventei, é que
ele serve de chuva e as aduba até deixá-las perfeitas.
São elas que a minha vida enfeita.
Não costumo esperar nada de mim mesma,
e fujo quando anoitece.
Fujo do que julgo que sou, aparece uma estranha
em meu lugar, cada vez que amanhece.
Liduina do Nascimento