O que fiz hoje pelos outros?
Reclamamos da violência, do caos instaurado em um mundo turbulento, dos egoísmos que irritam, da falta de empatia e humanidade naqueles que têm seus rostos estampados em manchetes que anunciam seus bárbaros crimes. E reclamamos com razão. Não é animador viver num mundo tão bruto, sem paz, sem liberdade. Mas o que temos feito pelos outros? Sim, qual ajuda cedemos, qual auxílio oferecemos, quais palavras de conforto compartilhamos? Além de reclamar pelo mundo que temos, quais ações temos feito para o mundo que queremos? Não basta condenar os egoístas, é necessário ser generoso; não basta reprovar os violentos, é necessário ser gentil. Reprovamos as ações grandiosas, os roubos em larga escala, os homicídios a sangue frio, mas somos incapazes de reconhecer que nossas palavras também ferem, que nossas atitudes de indiferença também fazem sofrer, podemos não ser criminosos calculistas, mas a falta de compaixão e humanidade que leva aqueles a atos condenáveis, pode nos tornar insensíveis e sem afeto.
Não é para sair por aí oferecendo a mão ao mundo inteiro.
Comece olhando com compreensão e amor àqueles que lhes são mais íntimos.
Às vezes somos rudes e egoístas com as pessoas que dizemos amar, somos frios com os nossos parceiros românticos, somos ingratos aos nossos pais e filhos, somos irreconciliáveis com nossos irmãos e amigos. Falamos da violência que repercute, mas não nos atentamos ao nosso sentimento individualista que nos coloca como centros do universo. Nesse sentido não somos tão diferentes daqueles que sujam as mãos de sangue e que roubam o pão do pobre.
O mundo melhor que queremos pode começar com a nossa família, com o nosso círculo de amigos, com a nossa vizinhança. Mas, principalmente, conosco mesmos ao reconhecermos que somos errantes, frágeis, que cometemos equívocos quando queríamos acertar. Corrija-se e perdoe-se. Pergunte-se todos os dias o que você tem feito por alguém hoje.
“A mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é: ‘O que fiz hoje pelos outros?’” (Martin Luther King).
(Texto de @Amilton.Jnior)