Ensino-aprendizagem

Sempre fui da opinião que no processo ensino-aprendizagem o polo central está na relação professor-aluno, nem para lá e muito menos para cá, o que deveria fazer com que a Pedagogia investigasse a ideia de o professor como mola propulsora do desenvolvimento do seu aluno. Por outro lado, creio que a concepção do aluno como centro do processo educacional tirou do professor seu protagonismo e fez com que ele se tornasse um facilitador, “conceito pedagógico” que considero um absurdo, próprio de escolas mal concebidas como libertárias.

Recolocar, criticamente, o professor no centro do processo ensino-aprendizagem é repatriá-lo ao universo da reflexão filosófica da educação e devolver a ele seu "status" de responsável pelo melhor do seu aluno, assim retirando das mídias e das ruas suas contraditórias influências sobre os jovens. Contudo, para que o professor se torne esse eixo para seu aluno é necessário que, como pais e cidadãos, sejamos os primeiros a defender a posição de que o magistério é a função definitivamente fundamental e essencial ao futuro promissor da comunidade. Dessa forma, é necessário que os professores se tornem mestres e, com isso, sejam respeitados pela condição de intelectuais que pensam a comunidade a partir dos seus alunos.

Bem, como professor de Filosofia estou convicto da eficácia-eficiência do método maiêutico no processo ensino-aprendizado. Nesse sentido, opero com perguntas sumárias com o fim de obter trespostas concisas para não cansar meu aluno e estimulá-lo à síntese, porque o nosso quotidiano é uma máquina de devorar os que vivem na prolixidade. O "feedback", como realimentação de ideias, é a razão de existir do significado de educação.

Para os antigos gregos, o conceito de educação foi fixado no termo "paideia", ou seja, “formação”. Nesse caso, “formação” está ligada ao ideal de qualificação intelectual-racional dos participantes no processo ensino-aprendizagem, o que consagra a relevância do "feedback". Para tanto, procuro trabalhar com questões explosivas dentro do universo da disciplina Filosofia, por exemplo: a diferença entre conhecimento e pensamento, ética e moral, teologia e religião, certo e errado, bom e mal etc. Com esses temas chamo os alunos à discussão, o que tem sido muito interessante.