O processo de aprender solitariamente, mas não sozinho
É curioso,
E interessantíssimo observar os mestres que entenderam antes de mim.
E os que certamente, entenderão depois.
Curioso é também como vou entendendo por mim.
No meu passo.
No meu tempo.
Que não é linear.
E por certo, complexo.
Cada pessoa é um mestre a seu modo.
E cada um desses que me acessam, mal sabem, me transformam.
Me alteram.
E é nisso que penso quando algumas compreensões chegam mansas.
É no tempo e nas relações que os aprendizados se fazem.
É com quem chega e me acessa e a quem eu acesso, que está o passe para o novo em mim.
E nessa dança, se atenta estou, me valho da oportunidade e passos largos dou.
Vou entendendo.
Vou expandindo.
Por meio do que o outro convoca.
Por meio das relações que se fazem e se desfazem com uma velocidade quase assustadora.
Por meio da natureza, da minha e dos que se achegam.
Por meio das frestas, que ouso manter abertas e ainda que pequenas possibilitam a passagem.
E são essas, pequenas aberturas, quase como fissuras, que possibilitam que a luz me encontre.
Nessa tarefa de me ocupar de mim percebo:
O aprendizado é solitário, mas ele não chega de outra forma, senão, “por meio de”, “através de”...
E quando ele chega, é minha a responsabilidade de decidir o que fazer com ele.
Posso incorporá-lo, sabendo da sua impermanência.
Posso ignorá-lo e deixar que as repetições aconteçam, até que eu me atente e o incorpore.
E de tudo isto, fica a certeza: eu me curvo diante da sabedoria ao qual eu tenho acesso, quando aberta estou e quando através das minhas relações os outros me permitem acessar.