O processo de aprender solitariamente, mas não sozinho

É curioso,

E interessantíssimo observar os mestres que entenderam antes de mim.

E os que certamente, entenderão depois.

Curioso é também como vou entendendo por mim.

No meu passo.

No meu tempo.

Que não é linear.

E por certo, complexo.

Cada pessoa é um mestre a seu modo.

E cada um desses que me acessam, mal sabem, me transformam.

Me alteram.

E é nisso que penso quando algumas compreensões chegam mansas.

É no tempo e nas relações que os aprendizados se fazem.

É com quem chega e me acessa e a quem eu acesso, que está o passe para o novo em mim.

E nessa dança, se atenta estou, me valho da oportunidade e passos largos dou.

Vou entendendo.

Vou expandindo.

Por meio do que o outro convoca.

Por meio das relações que se fazem e se desfazem com uma velocidade quase assustadora.

Por meio da natureza, da minha e dos que se achegam.

Por meio das frestas, que ouso manter abertas e ainda que pequenas possibilitam a passagem.

E são essas, pequenas aberturas, quase como fissuras, que possibilitam que a luz me encontre.

Nessa tarefa de me ocupar de mim percebo:

O aprendizado é solitário, mas ele não chega de outra forma, senão, “por meio de”, “através de”...

E quando ele chega, é minha a responsabilidade de decidir o que fazer com ele.

Posso incorporá-lo, sabendo da sua impermanência.

Posso ignorá-lo e deixar que as repetições aconteçam, até que eu me atente e o incorpore.

E de tudo isto, fica a certeza: eu me curvo diante da sabedoria ao qual eu tenho acesso, quando aberta estou e quando através das minhas relações os outros me permitem acessar.

Mariany Mendes
Enviado por Mariany Mendes em 12/08/2020
Código do texto: T7033303
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