Criatura das asas de sangue em meio ao veneno da solidão

Criatura sombria perdida na noite, voando sob o brilho de estrelas solitárias, vendo um mundo mergulhando no cinza, como um corvo com as asas sangrando indo para lugar nenhum. Alguém como um pássaro sombrio em meio ao vermelho do sangue de suas asas, voando sem precisar de motivos, sem ninguém perguntar o porquê de ir tão alto, nem questiona onde vai, ninguém presta atenção, nem mesmo quando cai do céu. Humano não humano perdendo sua alma, sozinho em meio de demônios, sem ninguém saber, ninguém se importar. Alguém perdido perto da meia-noite, que se acostumou com a escuridão, que não pode morrer, que não sangra mais, mas que ainda sente a dor. Queimado pelas chamas, gritos eternos sem som desaparecendo no nada, uma faca torcida entre fragmentos do que deveria ser um coração. Fantasma caminhando onde não há amor, pois, para ele amor sempre foi apenas dor, se questionando o motivo de estar vivendo, se a vida é sempre a mesma. Lobo sombrio sem alcateia, correndo sem rumo de lugar nenhum para lugar algum, guiado pela luz do farol noturno no céu, se ferindo em espinhos em meio a um campo de rosas, se afogando no veneno da solidão.