A PROCURA

Desfavorável à realização conformável da experiência, a humanidade convive e floresce entre os limites da compreensão humana da verdade, mistério e mentira, condição que paradoxalmente nos provoca o deleite na curiosidade e na busca que experimentamos na procura da realidade.

Entretanto, entre dúvida e certeza, nascidos para morrer, pensar e errar, apesar da nossa capacidade limitada de razão sobre a vida e a reflexão, aprofundar-se e compreender o mundo estranho em que vivemos valida o desafio de buscarmos encontrar a verdade oposta à falsidade, para dar sentido a este mundo.

A conjunção das interações de uma coisa particular com o que transforma-se para aquela coisa, a existência real, a realidade e a descrição de sua natureza, nos propõe a aproximarmos da compreensão do que é real. A ciência natural criou a base da tecnologia humana, mas, não explica a essencialidade física do mundo e o que é a realidade.

Tendo evoluído para distinguir o real do falso, em nosso desgosto natural pelas incertezas e a possibilidade de sermos enganados, precisamos saber a consistência das coisas, pois, semelhante a algo verdadeiro, valioso e até encantador, o real é genuíno e nos traz segurança.

Num mundo que lida com ilusões, desde a literatura, pinturas, o teatro e a televisão se sobrepondo à vida cotidiana, que nos nutrem e ampliam nossas perspectivas com um sentido de realidade dando significado à experiência, carecemos de uma conformação tangente que transmita essência ao conhecimento prático .

Dotados de cognição, temos a responsabilidade de nos questionarmos e de questionar o que significa viver, a realidade, a existência e nossas percepções, porque a ignorância não traz felicidade, apenas acomodação e satisfação condescendente por não entender o mundo.

Apesar de entendermos fisicamente como o cérebro cria o mundo subjetivo ao nosso redor, nossas vidas não acontecem inteiramente em nossas cabeças, pois, a realidade subjetiva é uma medida falha do que realmente ocorre em nosso entorno.

Portanto, para nos prevenir de interpretar mal nossas vidas, devemos saber que a realidade é muito mais ampla do que percebemos. Na antiguidade, os humanos viveram e morreram por sua capacidade de compreender o ambiente ao seu redor, percebendo o mundo no que se referia a eles, distinguindo entre o perigo e as oportunidades de prover o sustento e o abrigo na natureza.

Quando questionamos, começamos a refletir sobre a percepção das outras pessoas, como veem o mundo, se percebem as coisas da maneira que entendemos, como nos concebem e formam uma imagem sobre nosso comportamento demonstrado, pois, nossa consciência é como os espelhos.

Em nossa inquietação sobre o presente e o passado, esperamos que a divindade nos proporcione o esclarecimento, quando deveríamos buscar esse entendimento em nós mesmos refletindo sobre o que e quem somos.

Contudo, quando indagamos sobre a natureza essencial de Deus, que parece tão real quanto um sentimento como o amor ou compaixão, a questão do que é real, parece ser mais significativa do que a questão da existência.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 10/08/2020
Reeditado em 11/08/2020
Código do texto: T7031953
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