O EXERCÍCIO DA HUMILDADE
A humildade não tem nada haver fraqueza e submissão; a sua beleza consiste numa atitude espontânea e corajosa para sermos o que somos, ou seja, aquém de qualquer exagero e além de qualquer falsa modéstia, e também sem cairmos no perigo de uma vida presunçosa e soberba. Ela, na verdade, é uma virtude rara que engrandece sobremaneira o espírito, pois é por meio dessa dádiva que tomamos consciência sobre as nossas limitações, mas também sobre as nossas capacidades. O seu exercício constante nos estimula a um profundo auto-conhecimento, até porque ficamos motivados a não aceitar qualquer interpretação que fazem de nós e a aperfeiçoar o nosso caráter com a habilidade de nossa ética e de nossos princípios mais enraizados. Uma pessoa humilde é aquela que sabe demonstrar sabedoria no seu falar desprovido de soberba e intenta a todo instante fazer o exercício da compreensão, do respeito e da alteridade. Tal virtude nasce no coração quando buscamos reconhecer quem somos e quando falamos abertamente sobre as nossas grandezas e misérias, sem aumentar e nem mesmo diminuir tudo o que diz respeito ao nosso ser. A humildade é a fortaleza dos sábios que honram a Deus em palavras e gestos, bem como em benevolência e gratidão infinda. A reverência ao Altíssimo é uma forma de humildade que nos aproxima, mesmo em tempos difíceis, de uma certeza interior inquebrantável, de uma admirável retidão e de uma felicidade para além de qualquer satisfação transitória e efêmera.