Vivamos

Ei! Coronavirus! Quando irá embora? Quando deixará de ser tão impertinente?

Você já nos aterrorizou, agora você descortinou o que há de pior em nós...

Intolerância, arrogância, impertinência, orgulho tolo, culpabilização do outro e vitimização. Ah! Não posso esquecer que também você abriu os canais de reclamações, desesperançou tudo e todos... Vá embora! O mundo era mais bonito sob o véu de Maya!

E nós? Nós nos tornamos monstros, vivemos em um círculo vicioso de reclamações improdutivas e infrutíferas que só nos adoecem, esquecemos o que é esperança e labor, esquecemos o que é ser caridoso e generoso, se é que um dia soubemos.

Culpamos tudo e a todos, deixamos nossas responsabilidades de lado para apontar a irresponsabilidade daqueles que nos cercam, criticamos as atitudes boas apenas por não aceitarmos que alguém esteja fazendo aquilo que invariavelmente poderíamos fazer também.

E como seria lindo, uma união de ações benéficas, mútuo auxílio entre os fragilizados, acolher os corações desesperançados, ouvir os medos e anseios que também nos assola.

Como seria maravilhoso poder valorizar as pequenas conquistas, os pequenos passos, porém firmes e decididos em fazer a diferença... Até consigo sonhar com isso! Mas, mera utopia, ou será que seria possível?

Seria incrível se deixássemos de beber o veneno da intemperança, da vitimização, da culpabilização e reclamação, pois somos suicidas das palavras, nos matamos pouco a pouco, deixamos de ver a vida tão bela quanto ela pode ser...

Deixamos de nos potencializar...

Mas para quê?

Precisamos nos reinventar, nos reconstruir. Precisamos ter esperança e mais que isso, precisamos ter atitude para que esperança não seja mero sinônimo de esperar, mas que ele passe a ser esperançar, ter certeza de que algum momento, através de nossas atitudes, algo de bom venha ocorrer.

E está ocorrendo, basta que não fechemos os olhos para a vida, basta que a torpe premissa de que algo deve sempre vir de alguém suma de nossas atitudes para que consigamos ver.

Unamo-nos para um bem comum, unamo-nos para que possamos recriar um mundo menos caótico, unamo-nos em prol da vida...

Vivamos a felicidade em sua plenitude, ela é por muitas vezes fugidia, mas sempre nos rodeia, vivamos para conseguir viver e deixar a palavra sobreviver de lado de uma vez por todas.

Deixemos a tristeza da solidão vivida em multidões e felicitemo-nos mutuamente, criemos o hábito de ouvir o próximo. Vivamos!

Não podemos mais construir nossa casa em terreno arenoso, vamos construir em base sólida, entretanto, só conseguiremos quando realmente olharmos o outro como parte de um mundo comum ao nosso, como um irmão, que também sofre e que como nós, precisa de ajuda.

Esperança com ação!

“É preciso substituir um pensamento que isola e separa, por um pensamento que distingue e une” Edgar Morin

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 05/08/2020
Código do texto: T7026715
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