Sobre a doce prisão das palavras
Rubem Alves escreveu em um de seus textos que as palavras tanto abençoam quanto amaldiçoam. Digo mais: as palavras aprisionam. Não entendo prisão aqui como algo ruim. Para algumas pessoas, prisão é uma bola de ferro presa no pé, impedindo de sonhar. Para outras, prisão é uma grade de proteção na beira de um abismo (por mais que o abismo desperte desejos de uma liberdade desenfreada, agradeço às pessoas que me protegem, pois sabem que pular no abismo sem asas é perigoso).
Vou além: os nomes são palavras ainda mais doces. Quando nomeio, quero para mim. Quero ter uma palavra especial para evocar no pensamento alguém ou algo que está ausente. Quando nomeio, me apego e digo que me importo.