CORPO TERRITÓRIO

Texto por: Márcia Kambeba

O território ele é físico mas também construído, memorial, ancestral, histórico, geográfico e político.

Nosso corpo é um imenso território e nele pode ser percebido toda forma de identidade, ancesttalidade e cultura.

Percebemos isso através dos vários elementos que encontramos quando deixamos esse corpo falar. O Grafismo é uma forma de territorializar o corpo. O Grafismos carrega uma mensagem profunda sobre cada nação. É o maior signo de comunicação e o corpo é uma grande tela onde ele é desenhado, onde a territorialodade acontece de forma imagética por exemplo.

A mensagem que passamos através de nossa forma de identidade se manifesta nos elementos que em nós colocamos. O cocar carrega uma representatividade do sagrado mas também do fortalecimento e do poder que aquele indivíduo exerce na sua aldeia. A leitura acontece de forma clara e simples por quem entende cada signo.

No corpo território tudo é sagrado porque a vida em si já é um grande presente. A mulher que amamenta é quem também carrega a lenha, faz o pão, lava a roupa e é quem também ecoa fora de sua aldeia por direitos coletivos e o corpo território é impregnado de significados e referências importantes para uma vivência em comum unidade.

A forma de como a mulher por exemplo constrói seus utensílios está relacionado com esse território corpo. Tirar o barro, deixá-lo limpo sem nenhum pedacinho de pedra ou pau para fazer potes ou panelas. Outros utensílios de uso coletivo são feitos com fibras e tem todo um sagrado e força da espiritualidade da terra e da mata. Por isso nosso ser é sagrado, nossa identidade é sagrada, nosso corpo é território do sagrado e carrega a mensagem e a força de ser resistência e a terra em toda sua grandeza se torna mulher mãe e território corpo e alma.

Por: Márcia Wayna Kambeba