Memória

Aquele encontro que não foi marcado

Mas que aconteceu, por um descuido dos pontos acumulados,

Daquele duelo de intelecto e vontade.

As insanidades contadas e partilhadas em garrafas de vinhos, cervejas e loucuras.

Uma reciprocidade singela, embalada pelas infinitas músicas, letras e danças.

Deixadas no dia a dia, nas horas menos esperadas, um sem querer, mas querido.

Querendo apenas esse vão de tempo partilhado, sem ter hora, nem onde ou quando.

O quando que sempre se esvai, nos despindo e despedindo-se.

Porque a vida é isso, um infinito encontro e desencontro.

A mim, cabe a memória, eternizada em cada música tocada, tornando presente,

A recordação distante que o agora trás, na fagulha da memória que me toca,

Embora ao longo do tempo, algumas coisas sejam esquecidas,

Ainda que nunca tenhamos a intenção de ficar ou partir,

Esse dia, esta despedida, marcada mais uma vez, por uma simples música.

Que em outras frequências, quando elas forem tocadas, a sincronicidade possa ainda

Por um minuto trivial, me fazer lembrar desta trilha sonora que tocou minha trajetória

Breve e harmônica, como uma canção.

2020.07.30

Tinna Mara de Camargo
Enviado por Tinna Mara de Camargo em 30/07/2020
Reeditado em 09/08/2020
Código do texto: T7021347
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