O Algar
Ansiando uma fagulha de genialidade, envolto em um mar de insipiência.
Desejando um oceano de virtudes, desfalecendo no deserto de vícios.
Ensejando as cores da alegria, aquiescendo com o cinza da tristeza.
Aspirando a glória de um verdadeiro propósito, dotado apenas por desejos.
Qual o caminho a percorrer para externar aquilo que há de verdadeiro em mim? Qual o preço a pagar pelo valioso direito de se saber o melhor destino? O que eu tenho que sangrar para ascender sobre o erro da vontade fraca?
Minha banalidade é o algar e meu propósito de alma é a abertura, longínqua. Neste poço tudo é subjetivo, uma trivialidade abstrata, uma burrice inconclusiva. Eu sinto que, em minha essência existe a ânsia de transcender, de alcançar a saída desse abismo. Porém, minha mente vulgar somado ao meu corpo são a ação da gravidade. Mantendo-me refém de mim próprio, tornando impossível de galgar ou mesmo de me mover em direção a saída.
Vontade fraca. Homem fraco.