Vazio e outras divagações
E talvez a grande sacada seja abraçar nossa insuficiência.
Dar-se conta de que somos faltosos por natureza.
E se o que falta não existe.
O que não existe não se pode, portanto, preencher.
Saber do vazio.
Aceitar o vazio.
Não incorrer no erro de tentar preencher o vazio.
O vazio que não é nada
E nem alguma coisa.
Olhar para o vazio não como horror,
e sim como potência criadora.
Sabendo que os recursos existem,
não como fonte para abrandar ou desfazer-se do vazio que nos assola,
mas para compreendê-lo.
E compreendendo, talvez, aceitemos:
Ele existe.
Existirá.
É impreenchível.
Convivamos, pois com ele e apesar dele.