Vazio e outras divagações

E talvez a grande sacada seja abraçar nossa insuficiência.

Dar-se conta de que somos faltosos por natureza.

E se o que falta não existe.

O que não existe não se pode, portanto, preencher.

Saber do vazio.

Aceitar o vazio.

Não incorrer no erro de tentar preencher o vazio.

O vazio que não é nada

E nem alguma coisa.

Olhar para o vazio não como horror,

e sim como potência criadora.

Sabendo que os recursos existem,

não como fonte para abrandar ou desfazer-se do vazio que nos assola,

mas para compreendê-lo.

E compreendendo, talvez, aceitemos:

Ele existe.

Existirá.

É impreenchível.

Convivamos, pois com ele e apesar dele.

Mariany Mendes
Enviado por Mariany Mendes em 28/07/2020
Código do texto: T7019538
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