Da minha janela olho os telhados
Perdi-me entre nebulosas maresias
Saltei raios que riscavam distâncias
De braços abertos estendidos
Mãos abertas... Vazias...
Busquei-me em todos os tempos
Na lua emaranhei-me
Abraçando o nada
Que universo gigante de magias é esse?
Busquei a música ressoante
Velejei na cauda de um cometa...
E deuses querendo-me infiel
arremessaram-me do planeta
O tempo se esgarça
As palavras voam como pássaro
em cada pedacinho do papel
E espreitando esse caos universal
A sós... Sem abrigo...
Apanhei-me nesse silêncio
Como um cristal
Como uma chuva