OS ATUAIS DISCURSOS DE ÓDIO
Em nosso século, os discursos de ódio ainda são produzidos em larga escala; porém, a única coisa que mudou do século passado para cá é o fato de existir muitíssimas inverdades mesmo entre aqueles que se dizem trabalhar pelo bem e pela igualdade de todos. Essas pessoas que outrora tinham menos influência, adquirem hoje maior voz representativa e maior poder persuasivo sobre as massas, de tal modo que buscam silenciar quem pensa diferente e justificam o seu rancor em nome da causa que lutam. Com o tempo, foram eles que passaram a ser eles próprios os opressores, ainda que queiram denominar os seus atos como heroicos e revolucionários. Em nossos dias, apesar dessas narrativas aparentemente darem a impressão de fomentar a verdade e a igualdade, estão carregadas de sutilezas retóricas nefastas, de intenções que só visam privilegiar um grupo minoritário, de contradições inconciliáveis e de incongruências que só cheiram a hipocrisia. Infelizmente, a maior parte das ideologias que defendem os menos favorecidos e injustiçados, se perdem no auto-engano ao dissimular o seu ódio mais execrável (muitas vezes cometendo crimes hediondos) com palavras adocicadas de luta e de transformação social. É verdade que qualquer ato de injustiça deve ser repudiado, porém, desenvolver uma narrativa generalizadora e autoritária; opressora e dogmática, cujo objetivo é alavancar apenas a supremacia de um grupo, se torna no mínimo uma atitude unilateral que, em vez de trazer a equidade social, só consegue promover ainda mais a violência e a desumanidade, atingindo principalmente a estrutura sagrada da família.