LEI
No início, tudo isto, na verdade, era só Atman, único e sem um segundo. Não havia mais nada que piscasse. Ele pensou consigo: "Deixe-me agora criar os mundos" (Rig Veda – Cap. 1)
Segundo referem estudiosos cabalistas, a Inteligência Universal – Omnipresente, Omnisciente, Omnipotente – contraiu-se, gerando um espaço para criar o mundo. E em isso são condizentes com o pensamento que grandes teósofos de todo o mundo, como Dion Fortune, especifica, na sua “Doutrina Cósmica”. Imaginamos também assim a conceção druidíca, e doutras cosmogonias do mundo, como a indiana, dos vedas – devido as suas semelhanças explícitas. Foi, pois, que dessa contração inicial de Atman – O Todo-Uno, gerou-se a primeira dualidade cósmica. Dado o espaço anexo circular, construido na contração, corresponder já a um princípio feminino – útero, taça, onde conter a semente masculina – injeção divina, energia, em expansão para criar os mundos. Sabiamente falam os Uspanishad: “O Senhor dos seres meditou e produziu Prana, a energia primordial, e Rayi, a doadora da forma, desejando que eles, macho e fêmea, produzissem de inúmeras maneiras criaturas para Ele. Prana, a energia primordial, é o Sol; e Rayi, a substância que dá a forma, é a Lua” Nascendo daquela associação simbólica, a união do principio feminino à Lua, e do masculino ao Sol. Acertando Simbolismo, oculto na nossa psique, denvolvendo-se daí outros, que deste incial emanam, como o ditado popular: as mulheres são de vênus os homens são de marte.
A Unidade de onde todo surge
O Uno contraindo-se também facilitou a criação do Logos Triplo, Bramhã , primeira fonte – primeiro centro - que concentra o poder energético, preciso, para dar a luz diversos universos. Mas o Uno, Parabramhã (por trás do Logos Triplo - Bramhã) , manteve sua transcendência. Ficando como intrascendente, somente, o plano mais físico da matéria- sendo esta por sua mesma essência efémera, no seu vital princípio. Mesmo assim, em ela (na matéria) nada se cria nem se destrói, tudo é transformado, segundo o principio formulado por Antonie Lavosier. Verificando a essência da materia ser também transcendente ou espiritual.
Escreve Adelmar Marques Marinho: “A transformação do mundo está na força do pensamento humano” - precisamente indicando-nos como a mente humana, está em conexão com a transformadora mente universal, que controla os ciclos circadianos, maiores infradianos e menores ultradianos, da natureza (estudados pela Cronobiologia). Dai nós serem, uma espécie de co-criadores, dentro da criação natural maior (cujo início é a semente – nucleo do DNA informador). Natureza criadora a qual se insere na criação cósmica e no caminho do progredir evolutivo global, interligado holísticamente no Todo (tal como se apresenta na Parábola do Colar de Pérolas do Deus Indra).
Por isso, insistente, volta Marques Marinho a acrescentar: “Nascer é um presente do criador do universo. O nascimento é o canal natural que conduz a vida ao seu destino: a matéria. A vida é energia universal que anima a matéria. É necessário, por imperativo das leis naturais, nascer para progredir sempre.”Mas esta progressão, tanto no entorno natural, como no social e individual, vai depender diretamente da co-criação mental (positiva, negativa ou neutra) da raça humana; dado, em certo modo, nós sermos os gestores ou guardiões do planeta, por legado indireto da Mãe Terra. Segundo nossa mente se encaminhe para o bem ou para o mal (ou fique neutral), assim os tempos de amor – sabedoria – luz ou de ódio – guerra – obscuridade. Lembrando aquele ritual de coroação ou entronização dos reis celto-galaicos, onde a Sagrada Deusa Feminina, Soberana do Território, legava ao monarca a autoridade da governação, em seu nome. Sendo o Corono, Senhor da Treva, bom gestor e bom governante, a terra devolvia o favor com a sua exuberância; pela contra um mau governo, trazia como consequência, o desfavor da Mãe – com tempos de escassez e forte luta pela sobrevivência… A justiça e injustiça, também, associada a estes periódos.
Essa mãe, como deusa fértil – na esfera sefirótica de Netzach, lembra a Deusa Jovem. Como Deusa gestante – em conexão com Binah, dentro do Triplo Logos, fala do poder já gerando a vida. Como Deusa – velha, no aspeto da Sabedoria de Binah, fala do inverno espiritual. Eis aqui a Deusa Tripla celta (a Tonantzin nahualt, sincretizada com a Virgem de Guadalupe). Em estas Deusas também converge a triplicidade do Logos, agora no aspecto evolutivo e ciclíco. A Deusa Soberana monstra tambiém seu aspecto como Justa / Julgadora. Sendo que no mau governo, surge aspeto triste do desamor – escassez, luta, zona obscura da barriga baixa, da Mãe Cósmica, do plano da criação, mais vinculado com o plano físico em desharmonia, onde a velha deusa invernal (dominio da noite) novamente se nos apresenta. No bom governo a Deusa Fertil, prepara o ventre da Deusa em Gestação, para que a semente solar, frutifique. O Lugnassad, as bodas de Lugh com a Terra – Colheita e abundância. O bom governante, favoreceu, a chegada do bom ciclo de paz, justiça, abundância. Trabalhando, dentro do bom planificar do segundo Trono, ou segundo Logos, do Trisquel Universal – a Mae Cósmica.
Dai o Logos Triplo, ser o centro, do qual emanam, progridem também os 7 planos energéticos, em tudo presente: nas 7 cores do arco da velha, nas 7 notas musicais (com sua oitava acima, que não deixa de ser uma referência ao Logos – Uno – Trino); nos 7 dias da semana, nos 7 selos do livro do Apocalipse de São João, e nas 7 cabeças da besta; os 7 chakras, os 7 raios primordiais, os…
O sete e seus ciclos naturais em nós, assim mesmo fazem presencia: na fecundação do ciclo feminino da fertilidade, cada 14 dias (7x2). Ate 7 horas após nascido não sabemos se o novo ser é ou não apto para a vida; aos 7 meses nascem os primeiros dentes do bebe; aos 14 dias (7x2) os olhos da criança podem seguir a luz; aos 14 meses começamos a expressar pensamentos, por meio da voz e dos gestos; aos 21 meses começamos a ter maior precisão no pensamento; aos sete anos começam a nascer os segundos dentes; 14 anos despertar da energia sexual; 21 anos (7x3) estamos fisicamente formados (dai antigamente muitos países fixar a maioria de idade nesta franja)… E assim pela frente, cada 7 anos uma restruturação do nosso corpo… Completando aquele 1-3-7 individual e universal - LEI. Logos Uno Triplo e seus 7 planos energéticos.
A queda
A partir de este Logos Triplo e seus 7 planos cósmicos ou 7 Arcanjos em presença do Trono, holisticamente, a emanação energética é produzida. Dessa emanação fluindo pelas 10 sefiras da árvore sagrada – cria-se nossa realidade física. Realidade material a todo este simbolismo bem interligada.
A energia vai, pois, cristalizando através da Geometria Sagrada: da semente da Vida – surge a Árvore da Vida, e as 10 primeiras emanações luminosas, ou Sephiroth; através das quais o Logos Triplo, com seus 7 planetários, realiza seus propósitos evolutivos. Adensando-se os processos energéticos, a medida que nos achegamos àquele centro da matéria mais densa, na décima Sephirah de Malkuth: a Sefira Física.
E pois como falávamos dentro da Unidade – Tripla – desenvolvem-se os 7 planos universais, criando aquela LEI – 1-3-7. LEI que é o centro orientador, mediador, mantedor da homeostase natural e universal; dai Budha proferir o caminho do meio como o correto. Estes mistérios são circunscritos no fruto do seu desenvolvimento, por meio do símbolo geométrico da Flor da Vida, que a sua vez contem, em seu seio, a árvore sefirótica (organograma espiritual vital). Pois a flor também remete ao fruto, alimento. Alimento espiritual: corpo da divindade. E, apesar deste perfeito organograma as crónicas cabalisticas nos falam do erro inicial, que retardou nosso progresso, e condicionou nosso atual estagio; complicando nossa evolução futura e presente.
Devido à fragilidade dos primeiros recetores sefiróticos, a potencia energética do Logos quebrou a estrutura da primeira árvore – abalando o primeiro desenho da manifestação. Produzindo-se a famosa queda do espírito na matéria (queda mitológica dos anjos?). Caída, em definitiva, de forma abrupta, ao invés do planificado, que teria de ser de forma gradual.
Assim as mónadas (nossas faíscas divinas, saídas do fogo sagrado primordial) desceram como um lostrego, pelo chamado caminho do relâmpago, e terão agora de subir, com grande esforço (depois de padecer difíceis experiências no plano físico, da forma) pelo caminho, muito mais custoso e empinado da serpente. Arrastando a própria alma, pelos labirintos obscuros das emoções desequilibradas devido, precisamente, a brusca queda . Foi desse modo que penetramos violentamente em esta realidade densa, da matéria.
De momento aquelas faiscas de luz, que somos nós, ainda não voltaram à casa da Unidade – a conexão permanente com a fonte, da que foram abruptamente afastadas. Por isso a humanidade vivemos num relativo exílio cósmico momentâneo. Num divorcio condicionado com a Divindade. E também numa permanente, pelo de agora, des-comunhao com o Divino em nós (com nossa própria e elevada essência). A espera de completar nossa fase evolutiva final, adequar-nos ao nosso poder real, e tornar a reconherce a luz em nosso coração ser de amor sempre presente. Disso precisamente fala o mito do Filho Pródigo.
A volta
Para fazer esse regresso, teremos de caminhar pelo árduo labirinto físico, ate completar aqueles 12 Trabalhos de Hércules, da sempre boa Mitologia Grega. Começando pelo 1º do Controle das emoções que permitam, uma vez calmada a alma, deixar guiar nossa rota por uma sana senda da equilibrada mente. Dado que aquelas emoções desequilibradas seguem a criarem pensamentos também desharmonizados. Enquanto não as dominar ascender pela escada do sonho de Jacob, pode ser um impossível. Maximo poderemos escalar a esfera astral de Yesod, onde as visoes são engano.
Esses 12 trabalhos, deste jeito, estão intimamente ligados aos 12 ciclos zodiacais. Ligados a sua vez ao caminho das mónadas, as eras e as casas onde sol realiza suas mudanças… Conetadas à espiral de início de ciclo em expansão e final de ciclo em contração, dentro famoso Toro Energético Universal, estudado pelo físico Nassim Haramein, entre outros.
Toro energético também presente no corpo humano, atuando em conjunto com os 7 chakras principais, e aquelas coracionais pétalas, onde toda violenta emoção, ativa pulsão, pode ser no caminho de meio, neutro, transformada. Mistérios todos conectados àquela indiana Cruz evolutiva do Pramantha – e a LEI alterna, e a existência das Polaridades, que nos permitem observar em contraste.
Que algum dia, em oportuna altura de consciência superior, já em nosso plano relizada, chegue a luz iluminar, com estes segredos nossa alma. Alma que tudo conhecimento, em lactencia contem, aguardando ser por nós ativado. Pois todo o que é por um momento velado, pode ser revelado. Segundo a tónica evolutiva da humanidade assim os mistérios e certezas, com os tempos, são chegados.
Afinal todo também em nossa alma está presente. Procuremos o bem, para que o bem também procure encontrar a porta de volta a nossa poderosa essência. Pois, por cima de tudo, a LEI sempre prevalece: seus três alicerces: amor, a um lado; rigor ao outro; e poder equilibrante, acima no meio... Oscilam segundo nosso agir: mais ou menos ignorante. Sendo por desconhecimento, por insistência ou entendimento que nós criamos nossa própria realidade, junto com nossos caminhos de liberdade, escravatura ou relativa penitência.
Mesmo, se por ignorância, entrarmos no labirinto da noite, ali, por Lei, poderemos encontrar, também, o caminho de retorno, carregados dum maior conhecimento. Pois tal como afirma, o Conto egípcio do Naufrago (Papiro descoberto pelo egiptologo russo Vladimir Goleinischeff, no Museu Imperial de São Petesburgo, em 1881) : “Como é feliz aquele que pode contar aquilo que experimentou, (depois de) terem passado os maus acontecimentos”