CONSIDERAÇÕES SOBRE A FÉ

Como já alertamos por várias vezes, a fé foi transformada numa rendosa mercadoria, exaustivamente explorada pelos supermercados da fé, que são as denominações teológicas, estruturadas em enormes redes, em especial nos países subdesenvolvidos, como o Brasil, onde é mais fácil iludir as humildes ovelhas. Esses supermercados da fé são as armadilhas, onde os astutos escribas aprisionaram os fariseus e habilmente converteram-nos em seus ferrenhos seguidores, todos empenhados na caça aos prosélitos, como se observa em Mateus 23:1 a 39.

Nessa permanente empreitada, os escribas procuram supervalorizar a fé, afirmando que “a fé não precisa de sinais, pois a fé é o próprio sinal em si mesma”. Trata-se de uma leviana e maliciosa afirmação, pois a exposição da verdade não convém aos interesses comerciais dos mercadores da fé.

Não, a fé não é o sinal, nunca foi e nunca será o sinal, pois na verdade, o sinal é, sempre foi e sempre será, exclusivamente, a Graça, que traz o conhecimento de Deus, cujo conhecimento incorpora e absorve a fé, tornando-a desnecessária como um instrumento em separado, pois quem conhece não mais necessita da fé. Não havendo a concessão da Graça, resta a fé superficial e cambaleante nas suas oscilações, a mesma fé de que são portadores os escribas e fariseus da atualidade.

A fé concreta e fixa, provém do conhecimento de Deus, concedido pela Graça, “porque pela Graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8), indicando que a Graça e a fé, são simultaneamente inseridas no nosso espírito, independente das nossas obras e da nossa vontade.

Que ninguém se iluda, ou seja iludido; a salvação espiritual ocorre exclusivamente pela Graça, que invariavelmente provoca o novo nascimento, sem o qual ninguém pode ver e nem entrar no reino dos céus. Para as denominações teológicas e seus fiéis operadores, a Graça não é conveniente, pois ela não permite a comercialização, e ainda dispensa sumariamente os intermediários entre Deus e os homens. Pela Graça, os supermercados da fé são absolutamente desnecessários e inconvenientes, pois a Graça, como o nome diz, é de graça, é concessão outorgada através do Espírito Santo.

Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo. Em verdade, em verdade vos digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. (João 3:3,5)

Mas o Consolador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que eu vos tenho dito. (João 14:26)

Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais aos homens o reino dos céus; nem entrais, nem permitis entrar aos que entrariam. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque devorais as casas das viúvas, fazendo, para disfarçar, longas orações; por isso recebereis uma condenação muito maior. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós. Mateus 23:13, 14, 15.

Aos seres humanos, compete a obrigação de se conduzirem mediante a rigorosa observância dos valores éticos e morais, não para se vangloriar, ou pretender premiações, mas como agradecimento pela sua existência, que por si mesma, abre uma oportunidade para a salvação espiritual.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 21/07/2020
Código do texto: T7012197
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