As fotografias
Hoje, assim com ontem, vejo o passado em meu presente, sentindo as emoções dos tempos vividos...
As reticências constantes são a forma de materializar sua continuidade no arcabouço da memória consolidada...
A cada gesto e a cada olhar, que foram parados no tempo e no espaço, refletem a extensão da memória aos que conseguem enxergar...
Assim são as fotografias, que materializam o lapso temporal trazendo à imagem à extensão da memória.
Por ela são passados gestos e ações, eventos e sintomas... Por vezes, até fragmentos do que foi sentido, vivido, realizado, sofrido, conquistado, amado, enfim, consumado!
Consolidado em um passado, ressuscita-se para trazer ao presente à contemporaneidade. Às emoções guardadas, por vezes mantidas em silêncio, mas falantes em nosso interior.
São percepções que no transcurso dos tempos, passado-presente, estão em rota de colisão com nossa forma de encarar a vida, e de se perceber no mundo que nos cerca.
São iluminuras que nos permitem enxergar o mundo anacronicamente, sem quais níveis de exigências de coesão e de coerência, muito menos de estética e de estilo.
Não são apenas imagens que se mostram em perspectivas às profundidades das cores. São também expressões/projeções de se ver, como um reflexo do espelho procurando se encontrar na imagem projetada.
Nesse momento, o tempo parou...
E quando viemos dar conta de tudo isso, esse tempo não existia mais.
Apenas lembranças, deixadas pela marca das fotografias.
Luiz Carlos Serpa