Gosto de fazer projeções de diálogos surreais , viajar em pensamentos , em leituras e versos.Imaginar a vida como seria se assim não fosse.Ter a sensação de viver muitas vidas em uma. Viajar também literalmente conhecendo outras culturas e este é o ponto que tenho em comum com ela, melhor, temos muitos outros, mas este é o que me vem a mente agora.
Ela é objetiva, pragmática,vejo que em meio a um mundo de tantos caminhos, ela seria como uma bússola a me orientar a melhor direção a seguir.
Dia destes argumentei.
-Sabe o que eu gostaria de falar para Deus?
-O que? Ela que não é muito dessas conversas respondeu, não sei se por educação ou por curiosidade.
-Diria que ele faz uma maldade com a gente.
-Que maldade?
-Ele faz com que aprendamos a viver, mas só depois de muito tempo. os livros que só agora consegui ler por conta de uma pandemia, as lições que evitariam muitos conflitos e que só se adquire com o passar dos anos, fazendo com que cheguemos a um ponto de compreensão da vida mais tarde.
-Você queria nascer sabendo? Ela disse com seu jeito de discordância com esta teoria.
-Eu reclamaria , não de nascer sabendo tudo, mas tendo a capacidade de ter empatia, tentar pensar no outro. Evitaria desgastes e tantos outros problemas.
-Aí não teria graça, pois só se aprende vivendo, não teria a possibilidade da pessoa evoluir.
Ela de fato é bem objetiva, e com argumento pertinente.
Sai daquela conversa sem alongar na ideia da minha eventual reclamação a Deus do conhecimento só vir com a maturidade, mesmo assim, nem todos que envelhecem conseguem absorver as lições que a existência ensina. Encerrei, resignado dizendo:
-Deus sabe o que faz.