MEUS OLHOS

Sorvo olhares e meneios
Sorvo como orvalhos primeiros

Caminho aclimatada em permeios como habitasse mil mundos
E meus pés e dedos estão imundos
E o diabo carrega-me nas costas
E seus espinhos retalham-me em postas

Sempre soube que silêncios valem ouro
Mas tal ciência é inda mais escondido tesouro
Pelos usuais recitares de louro
Esganiçadas falas...

Então inda mais me calo

Sorvo olhares e meneios
Sorvo e sofro

Porque o que se passa em mente
O alheio não sente
E se sente, mente
Mesmo se esfola a corrente
Mesmo se corta rente

E meus olhos são tão diferentes...
Meus olhos não dizem tudo
Meus olhos encerram meu mundo
Adah
Enviado por Adah em 19/07/2020
Código do texto: T7010586
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