Sobre algum momento.

A angústia instalada aqui dentro do meu peito não vai embora. Frustração. Culpa. Culpa por não conseguir ser um pouco menos julgadora do meu próprio ser. Me sinto em um milhão de labirintos sem saída. Labirinto pelo qual eu criei com todas as armadilhas possíveis, e eu consigo cair em cada uma delas. Se julgar e se sentir uma pessoa fraca vai bem mais além do que eu queria. Do que qualquer pessoa quer. Momentos de sentir o que não deveria existir. Desenterro sentimentos guardados que pensei que nunca iriam voltar a encontrar. Guardados a sete chaves a palmo da minha alma que fica sensível com filme de animação. Me sinto tocada com algo que é irrealista. Fujo de tudo aquilo que me tormenta. Talvez os filmes me tocam a alma para que eu perceba que, no fundo, eu ainda posso sentir. Me sentir. Sentir o que eu sempre fui. O que eu sou? O meu ser tão sensível nunca foi embora. Eu estou aqui. Sempre estive. Só preciso me reencontrar outra vez. Criolo disse que as pessoas estão perdidas, ainda há tempo de se encontrar. Ainda há tempo.

Jéssica Boaventura
Enviado por Jéssica Boaventura em 18/07/2020
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