É tempo de paradoxos, em tempo de excessos.

Acordei cedo, abri meu improviso de cortina. Olhei aquele emaranhado de cores e elas me levaram a sentir texturas. No firmamento a lua vai dando lugar ao sol. Pássaros cantam, voam, começam seu dia.

Li um texto de uma amiga. Fiquei feliz pelo processo dd autodescoberta pela qual ela passa. Terminei olhando para mim.

Pensei nos excessos. Esse grande paradoxo que é o momento atual. Muito tempo há, mas contraditoriamente vivencio os excessos. E emerge uma necessidade de se reinventar, focar num projeto pessoal, olhar muito mais para dentro de mim. O excesso seria uma forma de anular o que há aqui dentro? Os excessos seriam expressam da autossabotagem? Um fuga via excesso?

O sol está desponstando. Eu tento sentir a energia enquanto escrevo. Escrever tem sido um refúgio. O momento é provocador. Cada um traz dentro de si esse emaranhado de sentidos, emoções, percepções, interpretações e tantas outras coisas.

Aqui, sentado na cama, contemplando o firmamento, penso nos excessos, o quanto eles tem me movido e quais deles tem me preenchido.

O paradoxo do meu momento são os excessos, num contexto em que há muito tempo. Seria o tempo um excesso? Não, acredito que seja muito mais a forma como preenchemos esse tempo.

Estou em silêncio. Tenho feito silêncios numa quantidade maior em relação a outros momentos. São excessos, são silêncios e sinto que algo aqui dentro tem se transformado. É como se eu estivesse num casulo. E ao tem que vivencio, estou no aguardo para saber o que sairá, sabendo que muito depende de mim. Talvez o excesso seja a resposta.

O passado, o presente e o futuro tem sentado à mesa comigo com mais frequência. Já tomamos muitas xícaras de café. Já discutimos bastante, mas também já nos acertamos em momentos pontuais. Sei que eles não irão embora, pois fazem parte do que eu sou. Eles me constituem.

Passado, presente, futuro, excessos e paradoxos. E eu no meio desse campo de combate, que habita em mim.