vicio de camuflar

Mente confusa, pensamentos embaraçosos, e a velha vontade de sempre aparece em meu olhar.

Correndo no meio do nada em direção ao infinito particular, os meus olhos negros de puro ódio fazendo com que minha alma busque refúgio em coisas altamente reprováveis, mas e daí se a dor é só minha e tão somente minha?

Pode estar ensolarado como for mas o meu abismo particular não para de chover me fazendo correr em meio a poças em que não consigo decifrar se são da chuva ou das minhas próprias lágrimas incensantes.

Há um grito em minha mente que diz vá, e uma voz suave em me coração dizendo fique, mas no momento minha raiva prevalece sobre toda força existente em mim.

Talvez seja hora de seguir sozinho, pois os meus passos são altamente incompreensivos e não há quem possa suportar meu silêncio e minha fera ferida.

Meu coração é como um vulcão adormecido, e nunca se sabe a hora que vai acordar esbravejando e acabando com tudo ao redor.Vulcões não podem ficar próximos a civilizações, pois nunca se sabe o que poderá acontecer! Despertei novamente, e minha mente só pede o meu refúgio de sempre, clichê, mas é o meu clichê, é a minha vida, é o meu coração, e ninguém poderá entender jamais.

O que adianta caminhar se nunca se chega a lugar nenhum? e quando minha mente explode atira estilhaços para todos os lados, e como poderei contra a força de uma explosão?

O grito preso no meu peito só se é capaz de ouvir através da minha ofegante respiração, e não, dessa vez não peço socorro, eu grito por algo que nem mesmo eu sei decifrar dessa vez.

Talvez esteja precisando sentir o vento gelado em meu rosto, me esfriando da maneira que eu sei e gosto, e não, não adianta ninguém tentar me jogar um balde de água, pois essa é a minha forma de extravasar e amenizar a chama que arde no meu olhar e coração.

Acompanha-me quem quiser, mas nem todos estão dispostos a me ver arder como eu realmente sou por dentro.

Um poço de fracasso e decisões erradas, mas e daí, são as minhas decisões e não afetam a ninguém, e eu sempre vivi disposta a correr riscos, depois de tudo que eu já perdi, estou acostumado a perder, eu só quero sentir mesmo que por pouco tempo, o que não sinto durante bastante tempo, e sim eu troco 4 horas de sensações por 1000 horas de tristeza.

Deixei de deixar rastros de lágrimas, pois as mesmas tem semeado a tristeza quando caí em terra fértil, prefiro deixa-las secar em meu rosto ou evaporar no meu rosto quando o vento bate com força contra ele.

Nada ao redor parece fazer sentido e nada que eu faça é para atingir nada, eu só preciso me deleitar em minhas próprias porcarias, é o vicio de camuflar a dor que se diz, é o vicio de me esconder atrás de sorriso embriagados, ou até mesmo ativar a coragem de um coração trancado a sete chaves. EU nem sei o que esperar de mim, mas nesse momento me sinto morto.

Beatriz Uyara
Enviado por Beatriz Uyara em 17/07/2020
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