Como as crianças crescem?

Esse ano, ainda em andamento, por incrível que pareça, fiquei pouco só. Se pudesse resumir, poderia afirmar duas coisas: fui pai e escrevi.

Acredito que na primeira consegui alcançar bons voos.

Maria cresce e eu não sei como explicar isso. Não há, por hora, uma metáfora que me satisfaça. Nada, nem o dia, nem uma árvore, sintetiza como a Maria cresce.

Eu, pai, escuto, banho, corto unha, conto histórias, gravo sua voz e guardo seus retratos. Nada especial!

Ela, filha, ri alto, pula corda, solta pum, dá beijo olhado e chama por mim. Especial demais!

Esse ano, fiquei em casa.

Não sei se mais do que devia ou porque deveria...

De qualquer maneira, olhei para nós com a lupa do tempo. Juntos, vejo dois crescendo. Embora, claro, o meu já está grisalho e com dor no joelho. Ela corre, sobe em árvore e balança alto.

É incrível como as crianças crescem.

A gente olha, olha, olha e só, às vezes, vê.

Depende do dia, da hora ou da vez.

Uma semana, às vezes, é um mês.

Maria cresce. Eu pouco sei. Tento olhar com atenção, mas confesso que muitas vezes só a noite, enquanto ela dorme, consigo perceber e escrever o que cresce par.