Amor próprio
De todos os amores que surgiram em minha vida, tantas pessoas interessantes por quem eu me apaixonei, um amor atrás do outro, fez eu me sentir uma pessoa tão incrível, agradável e minimamente interessante, mas estranha a ponto de não me sentir o amor da vida de alguém. Eu não sentia que seria a pessoa capaz de abalar as certezas e despertar tantas dúvidas em outra alguém. Como eu poderia despertar em outra pessoa a mesma paixão que ela despertava em mim? Era surreal me imagina a pessoa que povoaria os pensamentos por inteiro de alguém. Eu não me sentia esse alguém. Eu duvidava de mim.
Eu deveria confiar mais em mim, me achar o suficiente. Mas é difícil. Como o meu cabelo volumoso, meu sorriso tímido, meus olhos castanhos grandes e histórias longas seriam interessantes ao ponto de fazer outro alguém reparar em mim? Sabe, não há razão. Sei que não devemos nos comparar com os outros, porém é impossível não fazer isso. Estamos sempre nos medindo na métrica de quem achamos melhor que nós.
Eu faço isso, mesmo sabendo que não devia. Por isso, não rara as madrugadas, me pergunto: será que eu sirvo para ser o amor de alguém?
Com diria uma grande amiga, nunca vamos nos amar por inteiro, sempre terá um centímetro de nós que trará insegurança, todavia, nunca devemos abrir mão do respeito próprio, pois nosso corpo carrega nossa história: com suas lutas, marcas, essência. Além disso, a singularidade de cada um é que torna tudo tão extraordinário.
Enfim, é preciso começar a deixar as próprias pegas na areia, ao invés de tentar copiar a dos outros. E grave isso: você é o amor da sua vida.