Eu não tenho sonho, por isso sou livre
Eu não tenho sonho,
Por isso sou livre.
Ancorei-me
Nesta realidade.
Aqui só há espaço
Para sonhos concretos,
Sonhos físicos,
Definidos, limitados!
O desejo é injetado
Em suas veias,
E é refletido em
Suas telas brilhantes.
Suas mentes, sorrateiramente,
São invadidas.
E acabam sonhando, eletronicamente,
Com o que é curtido e compartilhado.
O sonho passa a não ser seu,
Não é seu sonho real,
É tudo artificial.
Os robôs ensinam.
Sonham por algo que existe.
O que eu quero não existe!
Meu sonho é de criação.
Um sonho de nascer novo todo dia!
Viver a incerteza e a insegurança,
De um sonho de unir o passado e o futuro
Na unicidade deste presente.
De sentir a plenitude da criação neste instante,
Para manter viva alguma possibilidade de mudança,
Em um mundo real demais.