Alma gaivota




A cor do mar ao anoitecer se transforma,
sei que ele é azul.
O tom melancolia que a tarde deixou,
não mexeu com os meus sentimentos, antes
me deixou cheia de esperança.
Também os nossos pensamentos, não param,
estamos mudando o tempo todo.
Quebrei a concha, ao sair dela me senti perdida,
depois comecei a caminhar, senti a brisa,
escutei o mar, senti o chão, estou viva.
Aos poucos fui criando forças,
junto às outras gaivotas,
sobrevoei o mar, com fome de vida, vi o sol se por.
Esperarei a lua, não estou pensando em voltar
e me fechar para sofrer por amor.
A noite chegou... deu tempo de ver minha sombra
no balanço do mar, fiquei tonta, não vou enjoar.
Quem dera quando à terra eu chegasse,
a minha casa estivesse sem muro, sem grades.
Queria dormir de janelas abertas para admirar
as estrelas, preciso sonhar sem me fechar na concha,
reaprendi a viver solta, e se hoje não encontrar estrelas,
nem lua, voltarei para a negra noite, 
essa mesma que feliz me encontrará.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 13/07/2020
Código do texto: T7004837
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