QUEM É O GERENTE?

Nós somos uma hospedaria, e o interior dela é o nosso reduto íntimo, onde circulam os nossos pensamentos, que se transformam em idéias, as quais são lapidadas pelo nosso raciocínio, e expostas ou não, conforme a nossa vontade. Nessa hospedaria trabalham em tempo integral, apenas três “operários”, que coabitam, como hóspedes, em três alojamentos internos, localizados no intelecto. Os três disputam a ferro e fogo, a gerência da hospedaria, produzindo os tormentos que explodem na mente do proprietário da hospedaria, que sofre as consequências da sua intrínseca tri-polaridade, como hospedeiro compulsório desses hóspedes.

O alojamento central, é ocupado pelo hóspede chamado Espírito Natural,

que carrega consigo todos os apetites do proprietário da hospedaria, próprios da sua natureza, que estão na cobiça, na inveja e no orgulho, e são estimulados por esse Espírito, que deseja ser o preferido para assumir a gerência da hospedaria. No alojamento da direita está o Espírito Angelical, que carrega todas as virtudes do Bem, sintetizadas no amor, as quais ele deseja que sejam adotadas pelo proprietário, dando-lhe a preferência, e conferindo a ele a gerência da hospedaria. No alojamento da esquerda se encontra o Espírito Infernal, portador de todos os males, no sentido mais agudo, os quais estão reunidos na maldade explícita e no ódio. Ele quer a gerência da hospedaria, e nas ocasiões apropriadas, incita o proprietário a adotar e praticar as suas qualidades malignas.

As consequências das batalhas entre os três, se refletem intensamente no proprietário da hospedaria, originando todos os tipos de conflitos, até que o hospedeiro se defina por um deles. No calor dessas disputas, pode ocorrer um acordo entre o Espírito Natural e o Espírito Infernal, que se tornam “sócios”, enquanto que o Espírito Angelical não faz acordos; “ou é por mim, ou contra mim”. A definição da escolha, na aparência, diminui os conflitos internos, porque o hospedeiro definiu e consolidou a sua preferência, mas o problema é transferido para a consciência do hospedeiro, onde está o seu tribunal pessoal, e onde ele enfrenta a sua realidade nua e crua, sem subterfúgios, e aí o hospedeiro passa a enfrentar os conflitos consigo mesmo, no tribunal da sua consciência. Nesse ambiente, os profissionais que cuidam da mente, podem fornecer apenas paliativos na tentativa de suavizar os transtornos dos seus pacientes, pois a cura efetiva está em poder do próprio paciente, o proprietário da hospedaria, dependendo exclusivamente da sua escolha do gerente da hospedaria, que fará prevalecer as suas características no seu próprio hospedeiro. É evidente que sabemos muito bem qual dos três espíritos tem o poder de resolver os nossos problemas, basta resistir aos apetites...

A opção do dono da hospedaria pelo Espírito Natural, ou pelo Espírito Infernal, ou pelos dois associados, ou então pelo Espírito Angelical, diminui os conflitos apenas na esfera dos espíritos, mas na consciência, para onde os conflitos foram transferidos, instalam-se ou o céu ou o inferno, sem meio termo, e os seus efeitos, ou sintomas, muitas vezes se tornam mais exacerbados, e podem ser percebidos no inter-relacionamento entre as pessoas, que observam os indivíduos calmos, tranquilos, educados e corteses, e outros exatamente opostos, cujas posturas indicam qual é o Espírito vencedor.

Porém, no palco da mente, onde estão os pensamentos e a consciência, ambos alojados na racionalidade, está também, mais isolada, a intuição fiel companheira do Espírito Angelical, que determina os momentos em que ela pode adentrar a racionalidade, produzindo os insights espirituais, que transportam os conhecimentos de Deus, propriedade exclusiva que só se transfere de espírito para espírito, entre hospedeiros compatíveis

Nesse palco está a indevassável intimidade do proprietário da hospedaria, a fábrica de anjos e demônios, e pela história da humanidade, podemos perceber que a produção destes, sempre foi maior do que a daqueles, e como tudo se resume no um, ou na individualidade, resta ao hospedeiro examinar quem é, de fato, o gerente da sua hospedaria... A proporção entre os hospedeiros, invariavelmente, é mais favorável à associação do Espírito Natural com o Espírito Infernal, ambos se contrapondo ao Espírito Angelical, sempre na razão de 2 por 1, ou (66,6 x 33,3) (Zacarias 13:8,9), cuja proporção não é mera coincidência, (Apocalipse 13:18) sendo compatível com a realidade que observamos com toda nitidez em nosso planeta, ao longo da história da humanidade.

Os três Espíritos, durante algum tempo, se revezam na gerência da hospedaria, esclarecendo a alternância do comportamento do hospedeiro, envolvido nos conflitos e tormentos da indefinição, mas não existe coluna do meio, e será consolidada a definição, plenamente conhecida pelo hospedeiro, perante o inflexível tribunal da sua consciência.

Os proprietários das hospedarias, podem então. avaliar a origem dos seus conflitos internos e dos seus inquietantes sentimentos, mas sem se esconderem de si mesmos, reunindo coragem para neutralizar todas as manobras de dois dos seus Espíritos, que lhe oferecem saborosas, mas venenosas guloseimas, que o conduzem para as Trevas, e abraçar apenas um dos seus Espíritos, aquele que lhe oferece renúncias e sofrimentos momentâneos, mas suportáveis, e com um desfecho glorioso na Luz!

Mas... afinal, quem é o atual gerente da sua hospedaria?

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 13/07/2020
Código do texto: T7004515
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