O CAMINHO SACRO

Temos de conhecer irmão - irmã, que transitas pelo sonho da vida efémera, aquele oculto mistério do sacrifício da forma. Ligado à esfera cabalística de Tiphareth, e àqueles Avataras do Ciclo. O Bhagavad Gita - é uma guia - muito acertada deste mistério. Assim como também da realização deste caminho místico que nos liberta do circuito das Encarnações ou Roda do Samsara. Permitindo-nos abandonar os ciclos de renascimento; que como bem afirma o próprio Bhagavad Gita: "são o estado de sofrimento e impermanência". Diz o Bhagavad Gita: "O s mundos todos (referindo-se aos Universos e Multi-Versos), incluindo o mundo de Brahma (falando aqui do Logos Triplo) - oh Arjuna, estao sujeitos ao ciclo de renascimentos; mas para aquele que chegou a Mim (fala aqui de Parabrahma - o Logos Único) - não existe já a atadura do renascer"...

Assim, antes de chegar a este estado puro de "Todo Espírito" é preciso transitar pelo mundo das formas, aceitando a dor e sofrimento a ele inerente; para obter, em este mundo, as precisas experiências da vida (provações), que nos permitam (uma vez ultrapassadas estas provas) achegar-nos, ascender, a um degrau maior na nossa consciência. Ajudado a sua vez, a Consciência Coletiva a elevar-se. Gandhi, seguindo esta estela, assim afirmava que: "Quando um ser humano da um passo em direção à paz, toda a humanidade dava passo em favor da paz"

Degrau a degrau, vamos ascendendo pela escada de Jacob; acumulando conhecimento, renascimento após renascimento; até finalmente preparados estar, para dar um passo maior: o passo definitivo. Aquele que nos permite a obtenção do tesouro do Budha, de Krisnha, de Ossíris ou Issis, do Disco de Horus, como todo consciência, da Via Crucis do Cristo. Esse caminho que nos permite nossa alma libertar definitivamente dos apegos à matéria. Das nidannas astrais inferiores (do labirinto apaixonado - emocional) transcendendo ao poder Espiritual, uma vez atravessada aquela "Longa Noite de Pedra", descrita pelo poeta.

E todo este poder, na elevação, tem de ser realizado, por meio do voluntário sacrifício interior - o verdadeiro Sacro Ofício - na ritual cerimonia pessoal da crucifixão mística. Transformação do ser, transmutação da alma, a realizar naquela esfera cabalística de Tiphareth, nco Centro da Árvore da Vida.

Pois a realizarmos, este particular, silencioso, sacrifício, na esfera de Tiphareth, abrimos nosso corpo emocional - Alma (já previamente desintoxicada das viagens astrais) - Abrimo-la ao contanto com as radiações interiores gnósticas. Radiações elevadas provenientes do Sol Místico. Deixando, abandonando, libertando-nos das baixas radiações, do caminho da dialética.

Este é o verdadeiro caminho sagrado: Caminho Sacro, do Sacro Ofício, Sacrifício

Aqui em este novo campo de radiações mais elevadas, nos vamos a encontrar com aquelas ideias arquetipais originais, das quais as ideias do mundo físico são apenas um reflexo - espelho - mais ou menos deformado, no mundo físico das formas. Falamos de aquele verdadeiro mundo das ideias, para o qual Platão, nos abriu a mente.

Estas ideias arquétipas (veladas nas Sephiroth mais baixas da Árvore da Vida, por causa da camada energética astral - emocional, própria da tríade yetzirática de Yesod - Hod - Netzach) - estas ideias as encontramos ocultas, mas acessíveis já a consciência mais elevada, na cristológica esfera de Tiphareth, àquela Sephirah dos mistérios avatáricos...

Expressam estas ideias arquétipas, os princípios emanados, daquelas outras Sephiroth mais elevadas, no mundo da criação de Briath, que jorram a mais límpida essência, proveniente do elevando mundo de Atziluth, mundo das emanações.

Sabendo que naquelas Fisterras, da nossa mais profunda consciência, naqueles limites onde o mar, o céu e a Terra, se fundem com o calor solar. Sendo aqui os quatro elementos: fogo solar, ar celeste, auga marítima e terra, condensados na linha do horizonte. Em este horizonte nos Fisterras físicos, desde as praias de areia paradisíaca, como as de Carnota, podemos contemplar o ponto axial, antes de no por do sol, o astro rei, definitivamente se oculte, deixando passo à noite. Neste ponto axial da Árvore cabalística da Vida, confluem todos os caminhos de todas as Sefiras, exceto Malkut, o mundo físico de Assiah. Aqui encontramos o nexo central da solar Tiphareth. Aquele Sol interno, por trás do sol físico, aí se reflete. Sol, como criança espiritual, renovação - como as almas dos nossos ancestrais celtas - que nos fisterres atlânticos marcham ao alem, na sua barca de pedra. Esse é o ponto, Tiphareth, união de todos os caminhos, o Filho que se une ao Pai - o 3 Logos, em comunhão com o 2 Logos da Mae, deixando ao Pai na vertical, verter seu poder sobre o Filho (leitura avançada para aqueles que tem ouvidos para ouvir: que ouçam...) Aqui o poder também lumínico de Lugh, divindade solar, apresenta-se na esfera de Tiphareth, trocando e transmutando todas as energias que transcendem pela árvore. Como vida realizando-se, por trás da experiência vital natural, com os olhos físicos, mais observável.

Assim, na tua mesma árvore da vida interior, no teu microcosmo humano; que trabalha dentro da lei hermética de conexão: "Acima igual que abaixo"; o macrocosmo, em ti se reflete. E dentro da tua árvore interior, quando tiveres obtida vitoria sobre tuas emoções (na esfera de Netzach), e a gloria de poder aquietar a razão (na esfera de Hod); pois sem emoções calmas, não pode penetrar a razão na tua mente... Quando houveres aquietado e acalmado, teus selvagens cavalos (doma Zen do boi), e estejas preparado para transcender, tua vibração será mudada, tua alma transmutada, transmigrada... E poderás definitivamente, libertar-te das velhas, pesadas cadeias, que te tinham amarrado e condenado a repetir, vida após vida, a triste caminhada dentro do labirinto obscuro das sombras. Marcado pela baixa vibração emocional, ou pela triste razão apegada a mais subtil paixão, a encoberta desequilibrando emoção, de cumprir os ególatras desejos. Submetido ao controlo das emanações dialéticas.

Quando tiveres, falávamos, ultrapassado, essas provações e pacificado, definitivamente, tua alma. Limpeza áurica das velhas toxinas desequilibrantes, vibração cadenciada no medo. Então preparado estarás para atingir a Grandiosa Sephirah, que te descobre teu cristo interno: o divino em ti, teu centro búdhico, o disco que Horus carrega na sua cabeça, como símbolo do poder cósmico solar, dentro do teu microcosmo. Na central sefira de Tiphareth, aberta para voltar a conhecer a teu meninho interno.

Mas vai com passo firme, bom peregrino e caminhante, quando tiveres chegados a encontrar aquela linha do horizonte, que tanto procuravas: aquela onde o mar com o céu, na mais prodigiosa das uniões, se funde, sem sermos capazes de diferenciar, onde o mar termina, onde o céu começa... Tem cuidado, bom navegador, pois deves sabes, que antes dessa fina linha tua alma, em vida, atravessar e, poder finalmente contemplar, aquilo que do outro lado se oculta. Antes, na terra, no Lethes interior do espiritual esquecimento - terás de despedir-te de todos teus apegos à matéria. Dessa vida, cujos impulsos iniciais fizeram em ti apegar-te aos efémeros prazeres, fugir das dores inevitáveis. Tudo isso terás de abandonar, no altar do velho sacrifício, sacro ofício... Terás de sobre toda essa velha vibração dialética, elevar-te, tua velha psique desvestir, teu novo corpo solar aceitar, deixando tuas lunares roupas, queimadas na forja dos valentes... Aquela toda carga subconsciente, ativada pelo medo, que com tanto esforço, perseverança e dificuldade te fez caminhar, terá de ser sacrificada dentro do teu coração ardente : tua forja interna.

A lua foi tua agradável mãe, ate hoje. No seio do seu sonho te arrolou, protegeu com sua luz crescente, e mesmo, no minguante, te deixou, navegar por seu lado oculto, quando tu ousado caminhante, querias de perto observar os mundos mais insólitos e sórdidos... Agora, se verdadeiramente preparado estás, para voltar a casa do Solar Pai, deves antes desligar-te dessas sombras, nutritivas no seu tempo, agora tóxicas.

Deverás, entender, pois, que a dia de hoje, a ninguém lhe é dado esta local dos medos abandonar, sem antes oferecer no íntimo altar, a prenda do seu sacrifício - Sacro Ofício. No interior do teu peito, aquele coração, órgão físico da paixão, na esfera de Tiphareth, deve entregar sua angústia. Sem oferecer, por meio da dor no sacrífico maior, da morte do te ego, do fim da tua ególatra, não será para ti possível atravessar, em vida, a linha do horizonte.

O Divino em ti, a faísca sagrada, precisa ser ativa, com a morte ritual de toda egolatria. Na morte do ego inferior, na cruz solar de Tiphareth, aceitando tua própria ritual crucifixão, matando teu ego, nascera, surgirá a luz teu Eu Interno. No silêncio imenso da plena solidão, contigo mesmo, deverás aceitar a morte psicológica.

Se esta, agora tua viagem for, deves aceitar, o sacrífico - sacro ofício - que do medo à morte te liberta. Se ainda não estiveres preparado, para tal façanha realizar, aceita amigo, que ainda por muitas vidas deves caminhar, no mundo dos ilusório dos reflexos... Agora, finalmente entenderás o profundo significado dos Fisterres, da morte do ego na cruz solar, da transmutação da velha alma aprisionada pelo ego, em alma nova espiritual, libertada pelo poder Eu Superior nascente. Quebrando toda sombra de medo teu coração, por meio de tua própria crucifixão, acedes a Taça Límpida da Mãe - esfera cabalística de Binah (Letra hebráica Beth - Casa), onde poderás beber o Graal da Vida Eterna. Finaliza, para tí, o caminho de continuamente reencarnar. Liberto de toda amarra que te ata a terra. E agora, como o poeta Rumi falou, tua nova estância será o Céu, teu poder uma ampliação da Consciência...