RELEMBRANDO
É tão clichê começar a escrever e já dizer que hoje me senti transportada no tempo? É completamente esquisito falar que estou sentindo cheiros do passado enquanto escuto músicas que tinham tanto para dizer? É tão estranho me sentir deslocada e enxergar tudo o que passei e dizer: “ufa! Ainda estou aqui e ainda sou eu”?
Tudo começou com a releitura de alguns e-mails e meu coração se encheu e ao mesmo tempo transbordou. Confesso que alguns eram tão dolorosos que eu pulei as frases e corri para os últimos, porque foi lá que vi tudo havia se organizado.
São dias sem escrever, parece que o tempo não existe mais, ou talvez seja as novas rotinas, mas entre esses e-mails eu relembrei do tanto que já escrevi, do tanto que havia dito que iria escrever um livro, mas cá estou eu sem esperança de lançar um livro, mas matando a saudade do tempo que virava noite adentro compartilhando meus sentimentos, que tantas vezes mudaram, que por tantas vezes tomaram outros rumos, rumos que ás vezes nem parecia ter saída.
Talvez esteja mais sentimental que antes, crescendo mais ainda, buscando a fé de que tudo passa e as coisas ruins também e o medo também. Quanto mais a gente cresce parece que mais travados e receosos ficamos, ou será que só eu sinto isso? Não sei bem explicar os calafrios que sinto quando penso no futuro, acho que é coisa de quem já cresceu, ou será que é algo particular?
Que bom que ainda estou escrevendo, ainda que tão pouco. Acredito que eu era mais leve antes, talvez eu volte de novo.
*ROLI*