despertar - Ato II
aparição
ela deu-se por conhecida no cenário de 1996
em icástica avenida,
na ocasião em que me permitia auto sabotagem.
longos cabelos negros.
pés descalços.
vestido branco.
olhos imergidos em dias lindos.
provei do seu gosto.
sua linguagem me despia.
conclusiva nudez!
contendo uma situação nociva.
decisões não tomadas.
compromissos pendentes.
a falsa opinião. falsos eu te amo.
esperança justificando inércia.
os dias de fuga.
cigarros no cinzeiro.
goles de martini até chegar a náusea.
confissões por fazer digeridas “felmente”.
agorafobia.
entulhos de livros e,
discos da legião urbana.
metros obscuros escavados em solo estéril.
havia tudo e a falta do essencial
o que completa a céu aberto
em ver como Jesus viu
sem recipiente e toda óbvia tentação expirava aos seus pés.
Jesus, aquele que refletiu sobre as coisas e as renovaram em si.
pichei placas de contra mão.
evitei a imposição diária do ópio.
é como se anjos e demônios desistissem de você
e deixam a cortina cair.
como fica difícil reconhecer-se.
indivíduos estranhos eram velhos amigos.
falas intelectuais te aterrorizam pela insanidade
com sua expansão territorial através da família
até que o filho se perca incessantemente diante dos olhos.
do emprego até a geração da doença.
***
“no mundo, nos importamos muito com meios
de abrandar as dificuldades. o determinismo é que ame!
mas amor legítimo é consciência emancipada.
não pode ser contido, imposto, nem destinado.
ele emana, é voluntário, é ser doador.
o amor é o exato ajuste de todas as coisas.”
foi o que ela me falou!