Vícios Cotidianos.
O ar gasoso que nos circula,
As vias aéreas inflama.
Somos escravos dos dolores que criamos,
Nos tornamos pacientes de nossa arrogância.
Remédios para trazer o sono,
Mais remédios para aliviar o tédio
Que nos circunda.
As pílulas mágicas
Que acalmam as artérias.
E normalizam os pulsares
De nossa tolerância.
Tenho pena dos nossos antigos,
Sem as modernidades que nos alimentam.
Sem as aspirinas e os revotril,
Sem os antidepressivos.
A geração hipocondríaca celebra,
A revolução fantástica farmacêutica.
Que criam bula pra quase tudo,
Fazendo uma gigante farmácia esse nosso mundo.