Choro, luto e pandemia
Existe o tempo em que o luto é desnecessário, que o choro não adianta de nada e as palavras, menos ainda.
O tempo da morte, do adeus (sem adeus) e daquilo que planejamos que não vai acontecer.
A gente tenta achar um sentido, entender, saber que a pessoa não existe mais, pelo menos não fisicamente, mas, a verdade é que as palavras não falam, e assim, como Carlos Drummond de Andrade disse “e os olhos não choram, e o coração está seco”.
O luto, uma pandemia, muitas famílias fragilizadas pela tragédia, dor e pelo medo do futuro. Não temos tempo nem para, dignamente, chorar.
Não temos tempo de pensar em outras coisas além de sobreviver. Não podemos.
Hoje, quem pode chorar e velar os seus e dizer adeus é um privilegiado.