O anseio e o medo
As coisas na vida são muito estranhas. Na verdade a vida é o que é, estranho é o ser humano. Queremos as coisas e quando elas acontecem, morremos de medo.
Sempre foi comum ser quase invisível, requisitada para algumas atividades práticas, mas nada complexo, nada profundo.
Na terapia, onde eu tenho que encarar a profundidade de mim mesma e tenho uma pessoa me ouvindo, parece estranho. Na verdade, é aterrorizante.
Existe alguém focado em me ouvir tão atentamente a ponto de ler aquilo que eu nem percebo. Existe alguém mergulhando em mim, e o pior, com o meu consentimento. É estranho, incomum e, ao mesmo tempo, reconfortante. É como ser livre.
O conforto é um sentimento de aceitação, é saber que não existem julgamentos.
Mas, nem sempre ser livre significa estar confortável e por isso, não significa não se sentir com medo.
O que queremos e o que tememos e quem somos, tudo isso é indissociável.