PEDI, VOS SERÁ DADO; BUSCAI, ACHAREIS
Estudar a Bíblia, de qualquer modo e sob quaisquer aspectos, é sempre conveniente, mas, o melhor direcionamento dos estudos é ainda mais conveniente, quando o dispêndio das energias se concentra na substancialidade do seu conteúdo. Todos os estudiosos sabem, por exemplo, que a maior parte do conteúdo bíblico repousa sobre metáforas, simbolismos e parábolas. O próprio Cristo afirmou que somente se expressava através de parábolas (Mateus 13;10 a 17). Portanto, não é de muita utilidade o estudo das histórias, fábulas e genealogias, que na verdade, também constituem parte do “véu de Moisés”, ao lado do “Ministério da morte (II Cor. 3;7,8), sendo mais conveniente observar (I Timóteo 1;4) (II Timóteo 4;3,4) (Tito 1;13,14 e 3;9) e (II Pedro 1;16). Acima de tudo, o principal objetivo do cristão deve ser o de alcançar a Graça de Cristo (João 3;3,5) no novo nascimento, para que lhe ocorra a suprema glória de receber o conhecimento espiritual, sendo admitido para a absorção do conteúdo de (I João 2;27). Sem isto, o nosso destino espiritual, com certeza, não é dos melhores... Não nos percamos, gastando nossas energias no estudo das fábulas e genealogias, usadas apenas como metáforas, simbolismos e analogias com histórias de épocas antigas, que também se identificam com as histórias da atualidade. Melhor concentrá-las na busca pela Virgem Imaculada Sophia como fez o rei Salomão, e além disso, estudar os profetas e apóstolos dos dois testamentos, de modo especial o Apóstolo Paulo, e os quatro evangelhos, especialmente o de João.
A Bíblia é semelhante a um quebra-cabeças, com pequenas partes, que esclarecem o seu real sentido, espalhadas pelo seu amplo conteúdo, e a sua reunião, que possibilita a melhor interpretação, depende da eclosão dos insights espirituais, sem os quais não há a menor possibilidade de ocorrer a transcendência sobre a racionalidade, mantendo o leitor na superfície da literalidade, onde permanecem também os escribas e fariseus da atualidade, pois essa parte é exatamente a que lhes interessa, sendo a que lhes permite a adaptação com os seus objetivos comerciais.
Aos cristãos contemplados com a Graça Espiritual, é concedido o acesso a essas partes que estão subjacentes ao sentido literal, permitindo-lhes ingressar nas profundezas dos conhecimentos espirituais, os quais se tornam uma propriedade pessoal, intransferível para outras pessoas pela sua vontade, que fica restrita apenas a uma obrigação de colocá-los onde possam ser alcançados da mesma forma, por aqueles outros que também vierem a ser contemplados com a Graça Espiritual. Em outras palavras, a tarefa é semear, e não enterrar os talentos recebidos gratuitamente.
Neste momento, convém lembrar-se do Profeta Ezequiel, advertido sobre a sua responsabilidade relativa ao aviso à “casa rebelde” baseado nas suas inspirações, o que ele levou em conta, como se nota pelo volume do seu trabalho. Isso não se aplica aos escribas e fariseus, que ao contrário, como um paradoxo, quanto mais produzirem as suas ladainhas caóticas e os seus sofismas, mais serão penalizados. (Vide Mateus 23:1 a 39)
Apenas como um exemplo, temos a pequena epístola de Judas, de um só capítulo, onde em 1:6, está o único lugar na Bíblia, onde se encontra o enunciado do evento que identifica, simplesmente, o motivo pelo qual veio à existência, o Terceiro Princípio inteiro, onde se encontram todas as galáxias com os seus integrantes. Porém, essa percepção é de caráter exclusivamente espiritual, assim como as parábolas de Cristo, e toda a Bíblia, o que reforça a noção de que se deve perseguir à exaustão, o conhecimento espiritual, como indica Mateus 7:7, cuja ação é pessoal, sem a necessidade da intermediação de ninguém, pois somos todos indivíduos, plenamente responsáveis pela nossa individualidade. O objetivo principal é a obtenção do conhecimento espiritual, que incorpora a fé, tornando-a totalmente desnecessária como um instrumento isolado, e esse objetivo, sendo alcançado, implica na morte do Homo Habilis e no nascimento do Homo Sapiens, a última etapa da evolução do ser humano, alcançada por apenas um terço da humanidade. (Vide Zacarias 13:8,9 / Ezequiel 5:2,12 / Apocalipse 13:18)