Os que nunca chegam e os que nunca vão.

Queria eu ter o poder de parar. Outros queriam ter o poder de ir. Nós sempre desejando o que não possuímos. É o que possuímos que nos enfraquece. E o que não temos, nos fere.

Queria eu ter o poder de ir. Outros queriam o poder de parar. Nós sempre desejamos ampliar o que temos. É o que possuímos que nos fortalece. E o que não temos, um dia teremos.

Queria eu ter o poder de parar alguma coisa. Mas só possuo o poder de receber. Sou eu um simples corpo que recebe possessões sentimentais.

Queria eu não ter pode em nada. E assim descansar sempre que possível. Meu sonho é poder aproveitar a vida o mais lento possível.

Mas quem sou eu para ter poder? Alguém que foi ou que nunca foi? Será que apenas não me levaram? Será que nunca saí? Ou será que apenas ampliei o que está ao meu redor?

Entretanto, eu sei quem não sou. Tão pouco sei o que quero. Só sei que nada sei. E será sempre assim, nenhuma resposta encontrarei entre o céu e a terra.

Clara Nuvens
Enviado por Clara Nuvens em 24/06/2020
Código do texto: T6986809
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