ultimamente aos 22

19 de junho de 2020

ultimamente eu tenho andado tão... desde alguns dias antes do mundo se fechar eu tenho pensado, pensado demais, porque é um ato que nos cabe sem que a gente irrompa com a necessidade de não sair de casa; mas, na minha mente, eu saio.

nunca passei tanto tempo sem ver o mar, amar o mar sempre foi para mim uma terapia. renovador. eu lembro dos mergulhos; a saudade é psíquica, química, sei lá, não importa. cada mergulho era vontade de ressuscitação.

um dia desses meu amor disse que eu demorei 3 meses para entender que desmoronar é necessário, e que ser forte não passa de interesse fugidio.

o tempo voou e antes que desse errado eu fui avisando, fui deixando claro que, antes de se aproximarem para as festas, eu precisei que todos se afastassem.

o tempo é absurdo. não perdoa.

eu faço parte das coincidências, iniciou hoje lua em gêmeos, com sol em gêmeos, mas meu planeta retrograda, em câncer. existem partes de mim que se afogaram nas águas das minha memórias, nos mares que não visitei nesta quarentena.

mas tempo, passe devagar pra mim. devagar por mim.

já tem um tempo antes do fechamento que chorar é desidratar e que ir em frente é mais que um reto, é uma necessidade.

hoje escorre sem dificuldade, sem esforço... talvez sejam os astros, talvez seja eu esvaziando. agora é bom estar sentado.

hoje foi um dia absurdo, sol quente, chuva rasa, céu indeciso. típico de gêmeos. as mesclas, a dor, a distância e o pedido por mais distância. a incompreensão. ta tudo terminando, e agora eu sigo meio voando, meio caindo, meio desesperado, meio ao meio, parece coincidência, mas são só três meses antes dos 22. ainda tem o pits, sem querer querendo acabou voando pra dentro de mim, isso diz muito.

força para o próximo ciclo, força pra nós.